“12 homens e uma sentença” nos ensina a duvidar
por Kyra Piscitelli
Como toda boa história de tribunal “12 homens e uma sentença” também tem como chave a tensão: o dia é o mais quente de Nova Iorque e 12 homens diferentes têm que decidir se um menino é culpado ou não de matar o pai. O veredito dever ser unânime e a sentença de culpado leva à cadeira elétrica.
Mesmo com uma grande responsabilidade nas costas, a maioria dos jurados prefere dizer logo que o garoto é culpado para voltar para casa. Mas, o jurado número oito contraria todos e diz que tem dúvidas se ele é culpado.
A partir daí está colocada uma tensão em que qualquer barulho no teatro se torna insuportável – uma cadeira que mexe ou uma pessoa que tosse e até se ouve quem cochicha. Uma tensão que dói e que envolve a plateia.
Você fica ali esperando o próximo acontecimento de forma tensa. Os personagens se revelam, se estressam, se acaloram um com o outro enquanto o jurado número oito dá um show de argumentação e nos faz refletir que nem tudo o que parece é, nem sempre o que é certo é tão certo e que devemos sempre nos dar o direito a uma dúvida razoável.
Em tempos como hoje isso é fundamental: julgamos Brunos e outros como se estivéssemos nos locais dos crimes, tomamos aquela dor como nossa e não refletimos. De fato, como diz o jurado número oito, ninguém disse que eles não podem ser culpados, mas e se não forem?
Os objetos usados como prova são sempre colocados em cima da mesa para que o público não perca os detalhes. Por exemplo, a suposta faca que matou o homem aparece em cima de uma tábua grossa. A planta do apartamento onde o homem morreu também é usada em uma prancheta que fica em cima da mesa.
É uma história que nos ensina a duvidar sempre. Essa não é uma peça só para advogados, é uma peça para todos que querem usar o maior dom do ser humano: pensar.
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Exposição de experiências em Psicologia, espaço para discussões, informações para estudantes de psicologia sobre a realidade atual, questões típicas da área, trocas entre profissionais em atuação e acadêmicos.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
É uma história que nos ensina a duvidar sempre.
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