segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Por Quê? Homoparentalidade e Ética no Campo da Psicologia.

 Homoparentalidade e Ética no Campo da Psicologia.
Atualmente, os homossexuais vêm lutando por seus direitos, tendo obtido avanços significativos na área jurídica, inclusive a possibilidade de uma das novas formas de constituição familiar, conceituada como homoparentalidade. Esse novo panorama que se apresenta exige dos profissionais de diversas áreas, inclusive da Psicologia, novas formas de pensar o indivíduo nesse novo contexto familiar para lidar com as situações que virão a se apresentar.
A homossexualidade designa a atração sexual e/ou afetiva por indivíduos do mesmo sexo, e, conforme registros históricos, existe desde o surgimento da humanidade, tendo sido considerada de diferentes formas conforme a cultura vigente em cada época. Desde o surgimento do Cristianismo a homossexualidade é vista de forma preconceituosa, considerada como perversão. O descobrimento da AIDS na década de 80, atrelada aos homossexuais, amplificou esse preconceito e a estigmatização desses indivíduos. Apesar do grande preconceito ainda existente na sociedade, importantes conquistas estão sendo obtidas.
A homossexualidade era definida pela Medicina até 1973 como transtorno sexual, quando então sua associação com patologia foi abandonada pela Associação Americana de Psiquiatria, e em 1990 pela Organização Mundial da Saúde. Em 1999 o Conselho Federal de Psicologia estabeleceu a resolução CFP n° 001/99 afirmando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”, e estabeleceu que nenhum tratamento deveria objetivar curar a orientação sexual de qualquer indivíduo.
Vindo ao encontro destas conquistas, destaca-se aqui, no âmbito jurídico, em 05 de maio de 2011, que a união estável para casais do mesmo sexo foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, pois conforme a Legislação Brasileira, a família consiste na base da sociedade, e todo indivíduo tem direito a constituir família (GONÇALVES, BORBA, 2011). Paralelo ao reconhecimento jurídico pode-se observar o posicionamento contrário, tanto da Igreja Católica, quanto de representantes do governo, e da sociedade, demonstrado pelos inúmeros casos de homofobia, o que demonstra o conflito entre os direitos humanos do indivíduo e aquilo que culturalmente espera-se desse indivíduo e considera-se moralmente aceitável e “normal”.
Ainda segundo GONÇALVES, BORBA (2011), esse modelo familiar considerado normal, formado pelo casal heterossexual e com o objetivo de procriação, tem suas origens na concepção de a sexualidade ter como única finalidade a procriação, como função natural dos órgãos sexuais, e a desqualificação do prazer sexual, idéia presente na cultura grega, ainda anterior ao Cristianismo. Atualmente, a família independe da finalidade de procriação, sendo o local de realização e de desenvolvimento da personalidade do indivíduo, o que não exige exclusivamente a união heterossexual, possibilitando o surgimento da família homoparental.
*Acadêmicas do VI nível do Curso de Psicologia da Faculdade Meridional/ IMED.
O termo homoparental surgiu em Paris em 1997 criado pela APGL (Associação de Pais e Futuros Pais Gays e Lésbicas), e designa a situação na qual pelo menos um adulto homossexual, é ou deseja ser, pai ou mãe de no mínimo uma criança. Os filhos, nesse caso podem vir de uma recomposição familiar após uma união heterossexual; co-parentalidade, quando a criança é gerada sem que exista um comprometimento conjugal entre o pai e a mãe; adoção; crianças geradas por novas tecnologias reprodutivas, como inseminação artificial ou barriga de aluguel.
No âmbito da psicologia surgem questionamentos quanto ao desenvolvimento biopsicossexual das crianças pertencentes a este contexto familiar, e quanto á ausência de modelos de identificação masculino e feminino, principalmente sob o prisma da Psicanálise. (PERRONI, COSTA, 2008). Nesta perspectiva, segundo SILVA (2008), apesar de existirem pesquisas demonstrando o sucesso dos homossexuais no exercício da parentalidade, sua capacidade de cuidar de uma criança e oferecer-lhe uma convivência familiar saudável é questionada por diversos setores sociais por influência do exercício de poder da heteronormatividade e não aceitação das diferenças e múltiplas possibilidades existentes para manutenção de uma família. GOMES (2003) ainda cita que estudos realizados nos Estados Unidos com famílias homoparentais não demonstraram diferenças no desenvolvimento psicológico e escolar das crianças, juntamente aos aspectos voltados à adaptação social, quando comparadas com famílias nucleares convencionais.
Conforme o Conselho Federal de Psicologia, não existem fundamentos teóricos, científicos ou psicológicos condicionando a orientação sexual como fator determinante para o exercício da parentalidade, sendo relevantes para isso as condições subjetivas de pessoas, de qualquer orientação sexual, para desempenharem os papéis de pais e de se vincularem afetivamente a crianças ou adolescentes. (CASTRO, VERONA, 2008).
Na Espanha, uma mudança legal garantiu não apenas direitos isolados, mas as mesmas condições em todas as esferas da vida, substituindo na lei a exigência de sexos distintos para ações cotidianas conjuntas de um par, como o casamento e a parentalidade. Quanto aos países da União Européia, a Holanda é o único país em que um casal de homossexuais pode adotar uma criança holandesa, desde 2001; as legislações holandesa e dinamarquesa permitem a adoção de uma criança pelo companheiro homossexual do seu pai ou mãe; as legislações alemã e dinamarquesa limitam o acesso à procriação assistida a mulheres que vivam num casal homossexual, ao contrário das legislações inglesa, galesa e espanhola; na Bélgica, Holanda e Portugal, não havendo disposições legislativas específicas, são os estabelecimentos especializados que determinam quem pode beneficiar-se das técnicas de reprodução assistida. (SALVATERRA, 2007).
Segundo o Código de Ética, o psicólogo deve atuar com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural; deve trabalhar visando promover a saúde e qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuir para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão; sendo vedado induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais.
A partir desses princípios norteadores, é necessário que o psicólogo repense seus conceitos e amplie seu entendimento para a compreensão das novas formas de organização familiar que estão surgindo, despindo-se de eventuais preconceitos e agindo eticamente nas relações apresentadas.
Links:

Resolução CFP 001/99: http://pol.org.br/legislacao/pdf/resolucao1999_1.pdf
Link cartilha cfp: http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/legislacao/legislacaoDocumentos/cartilha_adocao.pdf
Entrevista com psicólogo do judiciário Maurício Ribeiro de Almeida: http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/160/frames/fr_opiniao.aspx
Caso censura a psicóloga: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_090731_002.html

Por Quê? Comer pouco, mantém o cérebro jovem?

Comer pouco, mantém o cérebro jovem

Descoberta molécula activada apenas por dieta de baixa caloria

2011-12-20
Restrição calórica significa prolongar a vida.
Restrição calórica significa prolongar a vida.
Segundo avançou uma equipa de investigadores italianos, comer pouco ou moderadamente activa uma molécula que ajuda o cérebro a manter-se jovem. Os cientistas da Universidade Católica do Sagrado Coração, de Roma, descobriram que a CREB1 se activa no cérebro dos ratos submetidos a uma dieta baixa em calorias.

O estudo publicado recentemente na «Proceedings of the National Academy of Sciences» revela que a molécula estimula os genes relacionados com a longevidade e, por sua vez, o bom funcionamento cerebral. Esta é a primeira investigação que atesta um mediador dos efeitos da dieta sobre o cérebro.
A descoberta poderá ter importantes implicações para o desenvolvimento de futuros tratamentos para manter o cérebro jovem e prevenir sua degeneração e o processo de envelhecimento. Porém, até agora se desconhecia o mecanismo molecular concreto responsável por este efeito positivo, segundo o estudo.

A equipa espera conseguir activar a CREB1 através de novos remédios para manter o cérebro jovem, sem a necessidade de uma dieta rigorosa. Além disso, o estudo lança luz sobre a relação entre doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, e o declínio das actividades cognitivas.

A restrição calórica significa um consumo de até 70 por cento dos alimentos que seriam consumidos normalmente e é uma forma conhecida para prolongar a vida e melhorar a capacidade cognitiva, comprovada por diversos modelos experimentais.

Os ratos submetidos à limitação de calorias não se tornam obesos nem desenvolvem diabetes, apresentando maior desempenho cognitivo e de memória e tornando-se menos agressivos. Além disso, não desenvolvem Alzheimer, ou demoram muito mais. Estudos anteriores já comprovavam que a obesidade é prejudicial para nosso cérebro, causando envelhecimento precoce e tornando-o susceptível a doenças comuns em idosos, como o Alzheimer e Parkinson.

Por Quê? Ansiedade.

  Ansiedade.


Ansiedade acontece quando algum sinal externo vago, indica uma catástrofe que não pode ser identificada mas que é iminente. O novo, o desconhecido, perigo, situação de medo, situação de avaliação, expectativa, esperar por resultados, a espera por uma punição, um problema ou a falta de tempo podem causar ansiedade. A ansiedade pressupõe temores de contato pessoal ou de qualquer demanda ambiental, mesmo que não hajam motivos óbvios, deixando a pessoa paralisada com terror. O ansioso sente frio no estômago, taquicardia, transpiração, falta de ar, tremores, micção freqüente e imediata, frio, calafrios, tontura, vertigem, dor de cabeça, insônia e outras alterações.

Ninguém é ansioso, a pessoa fica ansiosa por alguma situação vivida ou por algum distúrbio psiquiátrico. Às vezes, o paciente ansioso tem comportamentos que impedem o tratamento terapêutico e, nestes casos, precisa ser medicado para que o tratamento prossiga. A partir da queixa de uma pessoa ansiosa e da observação de seus comportamentos, pressupõe-se que hajam situações que provoquem ansiedade neste indivíduo. As diversas abordagens teóricas, em psicologia, tratam de forma diferente das pessoas que sofrem de ansiedade. Há necessidade de se fazer uma checagem para descobrir sinais de situações ansiógenas na vida do indivíduo, em seu ambiente. Caso não haja eminência de uma situação geradora de ansiedade, o terapeuta pode levantar a hipótese de um problema de origem psiquiátrica. Podemos observar que as pessoas ansiosas falam compulsivamente, possuem movimentos rápidos e repetitivos, evitam o silêncio e se esquivam das situações, tentando finalizá-las rapidamente.

É importante atentar para o fato de que nem sempre um comportamento sozinho quer dizer que o indivíduo esteja ansioso. Um exemplo disto pode ser retirado das pessoas que falam muito. Elas, geralmente, ouvem o que os outros falam, prestando atenção ao que lhes é perguntado para poderem responder às questões. A pessoa que está ansiosa também pode falar demais, mas não ouve o outro. Observar o conjunto de comportamentos é, portanto, fundamental para que não cheguemos a conclusões equivocadas. A ansiedade é uma experiência individual, difícil de ser compartilhada com o outro. Tem caráter genérico. Geralmente, os sentimentos de ansiedade acompanham a depressão. A teoria comportamental tem como primeiro modelo de ansiedade a punição, que seria o fato de aparecerem sintomas da ansiedade toda vez que vamos sofrer uma punição inevitável. Situações de conflito, onde a pessoa tem que escolher alguma coisa, sendo que a escolha pressupõe também a perda de alguma outra coisa, também podem gerar ansiedade.

Autoria: Andréia Gonçalves

Por Quê? Emoção e Sentimento.


Emoção e Sentimento



A emoção é uma experiência afetiva que aparece de maneira brusca e que é desencadeada por um objeto ou situação excitante, que provoca muitas reações motoras e glandulares, além de alterar o estado afetivo. Nossa existência está contextualizada no mundo e como tal, vivemos cercados de objetos, situações e de outras pessoas com quem interagimos. Tudo o que nos cerca provoca um desejo de afastamento ou de aproximação e estes desejos, mesmo que não sejam realizados, constituem a experiência afetiva de cada um. Para muitos teóricos, a diferença existente entre emoção e sentimento diz respeito apenas ao grau de intensidade e, neste caso, um estado afetivo mais suave, relacionado com as características do objeto em questão, constituiria um sentimento, enquanto que a emoção seria um sentimento mais intenso.

Não existe uma classificação precisa para emoções e sentimentos, mas há um certo consenso entre os profissionais da psicologia que consideram alegria, tristeza, medo e raiva como emoções fundamentais. A característica e intensidade da emoção depende do objeto que a desencadeia e, mesmo que as reações orgânicas que aparecem pareadas a uma emoção forem induzidas por injeção de hormônios ou outras drogas, a emoção sentida frente a um objeto ameaçador será distinta da induzida artificialmente. Algumas reações motoras ou glandulares acompanham diferentes emoções, como é o caso do choro que pode aparecer junto com emoções diferenciadas. As reações orgânicas aparecem depois da compreensão que o indivíduo tem da natureza do objeto desencadeador da emoção. Existem várias teorias relacionadas às emoções e as dificuldades encontradas para estudar o assunto são muitas. As duas teorias principais da emoção são a periférica e a excitatória.

De acordo com a teoria periférica, a emoção depende de um conhecimento prévio e a repercussão orgânica é desencadeada por uma reação afetiva a este conhecimento. Neste conceito, as reações nos órgãos viscerais ou musculares antecedem à emoção, que é desencadeada quando o indivíduo toma conhecimento destas reações. A teoria excitatória é mais recente e valoriza a idéia de que a percepção do valor que o objeto tem, no momento em que ele se apresenta ao sujeito, é tão importante quanto a percepção das excitações, que são produzidas pelos órgãos periféricos no desencadeamento das emoções.

Autoria: Alexandre Dal Pizzol

Por Quê? O Cortex Prefontral é o Nosso "Monitor Moral"?

É O Córtex Prefrontal Nosso "Monitor Moral"?

O Sistema Prefrontal, ou córtex Prefrontal, é uma das maiores e críticas sub-regiões no cérebro humano. Brodmann estimou que constitui 29% do córtex dos seres humanos, em comparação com 17% chimpanzés, 7% em cães, e de 3,5% em gatos.

O seu elevado grau de desenvolvimento em seres humanos, sugere que ele também podem mediar uma variedade de funções especificamente humanas, muitas vezes referidas como "Funções Executivas", tais como o pensamento abstrato, criatividade na resolução de problemas, e seqüenciamento temporal do comportamento.

O método da lesão é desde cedo um marco para nossa compreensão sobre o córtex prefrontal; e isto aconteceu através do caso de Phineas Gage, um trabalhador pedreiro que foi ferido por uma explosão que levou uma barra de ferro através do seu lobo frontal esquerdo. Gage sobreviveu ao bizarro acidente, mas depois ele começou a mostrar graves alterações da personalidade que foram descritos por Harlow (o médico que cuidou dele e salvou sua vida).

Antes do acidente Gage era um trabalhador sério e consciente, mas depois da recuperado tornou-se imaturo, como uma criança, socialmente inadequado e irresponsável. As descrições iniciais de Harlow das funções do lobo frontal foram completadas por muitos estudos subseqüentes das pessoas com tumores frontais, lesões do lobo frontal, e tratamento cirúrgico de epilepsia, psicose ou transtorno obsessivo-compulsivo. Este trabalho indica que danos substanciais no córtex prefrontal produzem uma síndrome muito semelhante ao de Gage.

Embora a inteligência geral não é necessariamente prejudicada por lesões frontais, os indivíduos com lesão frontal substancial são afetados em outras capacidades, tais como a volição, a capacidade de planejar, e o julgamento social.

Dois diferentes subtipos de "Síndromes Frontais" têm sido observados:

As Lesões orbitais da região prefrontal do córtex (a mais "primitiva" parte do córtex frontal sobre a sua superfície inferior, ligeiramente acima dos olhos) fazem as pessoas eufóricas, hiperativas, e inclinadas ao comportamento social inadequado, como abordagens sexuais com pessoas desconhecidas.

As lesões da porção dorsolateral (o exterior das convexidades dos lobos frontais na parte lateral do cérebro) tornam as pessoas apáticas, inativas fisicamente, e menos capazes de realizar tarefas cognitivas complexas, como a formulação de um conceito abstrato.

Dentro dessas síndromes, Não obstante, reside um núcleo comum: a diminuição da capacidade de prosseguir metas dirigidas pelo comportamento, baseada na integração das questões ambientais e internas. Esta é provavelmente a função básica do córtex prefrontal.

Ao propósito, o córtex pré-frontal amadurece particularmente tarde em seres humanos, concluindo seu desenvolvimento na terceira década de vida (O que explica em forma parcial o comportamento "Tipicamente Adolescente" irritável, inseguro e confuso).

"BRAVE NEW BRAIN", Conquering Mental Illness in the Era of the Genome, Nancy C. Andreasen, 2000, pages 68 - 69



Mudanças Cerebrais Durante a Adolescência

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Mudanças Cerebrais Durante a Adolescência

Existem várias partes do cérebro que sofrem mudanças durante a adolescência:
  • Em primeiro lugar, o núcleo estriado ventral direito, que regula a recompensa motivadora de comportamento, enfrenta certas mudanças. Estas diferenças podem orientar o cérebro adolescente para se ligar com comportamentos de risco e alta recompensa.
  • Em segundo lugar, o corpo caloso desenvolve antes e durante a puberdade.
  • Terceiro, Mudanças na glândula pineal, que produz o hormônio melatonina, crítica para levar o corpo a dormir (é entendido como a chave para secretar hormônio melatonina). O pico deste hormônio se produz muito mais tarde no ciclo diário (de 24 horas) durante a adolescência do que em crianças ou adultos (Isso produz que os adolescentes sintam sono cedo y durmam tarde demais).
  • Em quarto lugar, o cerebelo, que regula postura, circulação e equilíbrio, continua crescendo durante a adolescência tardia. O cerebelo também influencia outras partes do cérebro responsáveis por ações motoras e está envolvida em funções cognitivas, incluindo a língua.
  • Por último, o córtex pré-frontal, que é responsável por importantes funções executivas de alto nível, incluindo cognição, é a última parte do cérebro a ser podadas. Esta área cresce durante o período de pré-adolescente e, em seguida, encolhe como conexões neurais são podadas durante a adolescência. Estudos recentes têm sugerido que a forma como o córtex pré-frontal é desenvolvido durante a adolescência pode afetar regulamento emocional.
"Understanding the Brain: The Birth of a Learning Science", 2007, page 46

Cérebro Adolescente em Construção


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Cérebro Adolescente em Processo de Construção

Antes que a tecnologia de diagnóstico por imagens estivera disponível, houve uma grande convicção entre os cientistas, incluindo psicólogos, que o cérebro já havia completado seu desenvolvimento à idade de 12 anos. Uma razão para essa crença é o fato que o tamanho do cérebro cresce muito pouco durante os anos da infância. Pela idade de 6 anos, o cérebro já chegou ao 90-95% do tamanho adulto. Apesar do tamanho, o cérebro adolescente pode ser mais bem entendido como em "Processo de Construção".

As imagens cerebrais revelaram que tanto o volume, assim como a mielinização continua através da adolescência e a idade adulta precoce (ou seja, entre 20 e 30 anos).

Estudos das imagens cerebrais de adolescentes conduzidas por Jay Geidd do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos têm mostrado que o cérebro adolescente demora em madurar; tanto a matéria cinza como a branca estão sujeitas a importantes mudanças estruturais, mesmo anos após da puberdade (Giedd e colaboradores, 1999; Giedd, 2004).

Os estudos de Giedd têm revelado uma segunda onda de proliferação neuronal e redução dos circuitos neurais que ocorrem após da infância; e que a parte crítica final desta segunda onda afeta algumas das mais elevadas funções mentais, isto acontece geralmente no final da adolescência. Este enfraquecimento neural e mielinização alteram o número de sinapses entre os neurônios (Wallis e colaboradores, 2004; Giedd e colaboradores, 1999; Giedd, 2004).

"Understanding the Brain: The Birth of a Learning Science", 2007, page 45



As Emoções e o Aprendizado

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As Emoções e o Aprendizado

Por longo tempo, O componente emocional tem sido descuidado na educação institucionalizada. Contribuições recentes dos neuro-cientistas estão ajudando a resolver essa deficiência, revelando a dimensão emocional do aprendizado.

A diferença da "afeição" (a qual tem uma interpretação consciente), as emoções surgem a partir de processos cerebrais automáticos e estas são necessárias para a adaptação e regulação do comportamento humano.

As emoções são complexas reações que habitualmente são descritas em termos de três componentes: um determinado estado mental, mudanças psicológicas e impulso para o feito.

Por isso, ao confrontar uma situação percebida como perigosa, as emoções que se geram pode simultaneamente envolver a ativação do circuito responsável por medo, as reações físicas típicas do medo (por exemplo: aceleração de pulso, palidez e sudorese) e a reação de resposta (confronto ou fuga).

Cada emoção responde a diferentes sistemas funcionais, e seu próprio circuito cerebral que envolve estruturas que nós chamamos o “Sistema Límbico” (também conhecido como "o site das emoções"), assim como estruturas corticais, principalmente o córtex pré-frontal que desempenha um papel fundamental na regulação emoções.

Ao propósito, a córtex pré-frontal amadurece particularmente tarde em seres humanos, concluindo seu desenvolvimento na terceira década de vida.

Isto significa que o amadurecimento do cérebro adolescente dura normalmente mais do que era suposto, o que contribui para explicar certas características do comportamento: o pleno desenvolvimento do córtex pré-frontal e; portanto, a regulação das emoções e a compensação para os excessos do sistema límbico ocorrem relativamente tarde no desenvolvimento individual.

As contínuas mudanças tornam impossível separar os componentes psicológicos, emocionais e cognitivas dum comportamento particular.

A força desta inter-conectividade explica o impacto substancial das emoções na aprendizagem. Se existe uma emoção positiva com a aprendizagem isto facilita o sucesso da mesma, enquanto, se há uma percepção negativa, isto pode resultar no fracasso do aprendizado.

"Understanding the Brain: The Birth of a Learning Science", 2007, page 2

Por Quê? Existem Diferentes Tipos De Inteligência?

Existem Diferentes Tipos De Inteligência? (3)
Temos "Inteligência Emocional"?

Uma terceira teoria que desafia o concepto de “Coeficiente de Inteligência” (“QI") é a "Inteligência Emocional" ("EQ"), popularizado pelo psicólogo e jornalista cientifico Daniel Goleman. Em seu best-seller de 1995, "Inteligência Emocional: Porque pode importar mais do que QI?". Goleman afirma que as emoções duma pessoa jogam um papel significativo no pensamento, na tomada de decisões e sucesso no futuro. Ele define essa forma de inteligência como um conjunto de habilidades que incluem o controle dos impulsos, auto-motivação, empatia, e a capacidade de se relacionar bem com as outras pessoas.



Goleman defende que a auto-consciência, é a chave para ser verdadeiramente inteligente emocionalmente, porque permitem a pessoa exercer auto-controle. Com suficiente auto-consciência, é possível desenvolver diversos mecanismos de enfrentamento que permitem a pessoa passar dum estado emocional negativo para um mais positivo. Por exemplo: contar até dez como meio para diminuir a sensação de raiva súbita.



Tal como acontece com a teoria Garner das inteligências múltiplas, o conceito de Goleman o “EQ” tem sido adotado por várias escolas nos Estados Unidos, e usá-lo para desenvolver programas de "Alfabetização Emocional", com o fim de ajudar aos alunos a aprender a controlar sua raiva, frustração e solidão. As crianças que estão irritadas ou deprimidas são capazes de aprender bem; e aqueles com dificuldades emocionais de longa duração são capazes de superá-las por completo. La Melhora da estima e auto-motivação dos alunos ajuda-os a um melhor desempenho nos exames.



Como o “IQ”, cada uma dessas concepções alternativas de inteligência tem sido criticado. Os críticos da teoria das “Inteligências Múltiplas", por exemplo, apontam a falta de evidências empíricas que a sustentam.



Os críticos do conceito de “EQ” argumentam que elas são medidas de conformidade e não de habilidade: Quem, a final, pode dizer quando a raiva ou tristeza (ou outra emoção) duma pessoa é ou não é adequada para uma situação particular? Os cépticos do “EQ” também apontam que os estudos científicos não encontraram uma relação convincente entre auto-estima elevada um melhor desempenho acadêmico.



Embora tais críticas sejam consistentes, creio que há um valor considerável em considerar a inteligência humana como formas que nos permitem apreciar a enorme diversidade como as pessoas pensam e se comportam.

"EMBRACING THE WIDE SKY", A Tour Across The Horizons of The Human Mind, Daniel Tammet, 2009, pages 51 - 52

Por Quê? Inteligência Emocional.


O que é inteligência emocional?
Não existe uma definição para inteligência emocional, mas podemos dizer que está relacionada a habilidades tais como motivar-se a si mesmo e persistir em face a frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns.
Segundo Daniel Goleman, pai do termo Inteligência Emocional, mais importante do que ter um Q.I. elevado, é saber controlar as suas próprias emoções, e deixando assim de lado a tese de que a capacidade intelectual é um fator fundamental para o sucesso, seja ele profissional ou acadêmico. Seria algo como: o mundo ganharia mais pessoas equilibradas e medianas do que com gênios neuróticos. Goleman quer provar que o controle emocional de uma pessoa é que vai determinar sua inteligência.
Para que chegue a esse nível seria preciso trabalhar o emocional, algo precisa ser feito desde a infância. A relação família educação que a criança recebe na escola são fundamentais na busca desse controle. Importante também que a criança tenha uma infância tranqüila e bem estimulada e levar em conta as aptidões individuais de cada um. É nesse ponto que relacionam os conceitos de inteligência múltipla e emocionais.
Há quem é contra as teorias de Goleman, um deles é o doutor em Psicologia Escolar Fernando Becker. Segundo ele Goleman desenterra conceitos amplamente criticados e faz uma grande salada para vender. Diz também que Goleman faz uma sinfonia das velharias da psicologia, junta tendências antagônicas, os ignorando os confrontos entre elas, não em nome de teoria cientifica, no ponto de vista cientifico é uma obra equivocada.
Os conceitos antagônicos são testes de Q.I., e faz entender que inteligência é aquilo que o teste de Q.I. mede, sendo que uma das primeiras coisas que Piaget (educador suíço, 1896-1980), fez foi afirmar, que testes de Q.I. não permitiam pesquisa consistente sobre o desenvolvimento da mente. Os testes de Q.I. provem de uma concepção de que o ser humano tem dimensões afetivas e cognitivas inatas que se mantém por toda vida como um software básico. E quando Goleman fala de aprendizagem, resgata outra velharia que é o Behaviorismo, que diz que os processos de aprendizagem se dão por repetição, o que é condenada pelos psicólogos não só por ser inocula, mas prejudicial.
Becker diz que não sabe de onde as pessoas tiram que as relações humanas pode ser um mar de rosas sempre. Segundo ele isso não existe, pelo contrário, os ambientes onde os diálogos são francos muitas vezes ásperos, são muito mais saudáveis. Não existe camuflagem.
O livro de Goleman mostra ao leigo que a inteligência emocional é importante para ter sucesso na vida, o que é uma perspectiva utilitarista, segundo Becker, porque inteligência emocional é saber coordenar a vida em integração com uma determinada sociedade. O máximo da inteligência emocional é colocar como objetivo o bem-estar coletivo. Quando se trata do julgamento moral na criança, Piaget coloca a autonomia como o máximo do desenvolvimento. É um salto de qualidade na visão de indivíduo e de sociedade. Goleman pega o conceito e reduz para: “Você pode se dar bem mesmo que todo mundo se rale”.
Conclusão
A Inteligência Emocional, é a combinação de emoção, razão e cérebro, e conforme demonstrado chegamos a definição de que a Inteligência Emocional é uma contribuição efetiva à gestão empresarial.
Uma pessoa que está de bem consigo mesma, pode render muito mais a uma empresa do que uma pessoa que traz todos os seus problemas para a empresa, fazendo com que sua produção caia, e conseqüentemente atrapalhando a todos os outros que trabalhem com essa pessoa. Então, trabalhando-se essa inteligência, a pessoa iria canalizar as emoções para os momentos apropriados, ela aprenderia a lidar com sua emoções e deixar a razão acima de tudo isso.
Para que se possa estimular deve ser feito um projeto de ajuda para a interação entre o meio físico e social, ou seja, estimulando desde de pequeno, na escola, em casa, na rua, etc.
Poderia se dizer que a Inteligência Emocional, poderia ser um modismo, pois é uma coisa nova, e que em nosso ponto de vista deveria ser introduzida no mercado de trabalho.
Bibliografia
VEJA. Inteligência emocional. Revista Veja, Edição 1478, 15/01/97. Editora Abril. São Paulo.
ISTOÉ. A solução PMDB. Revista IstoÉ. Edição 1499. 24/06/98. Editora Abril. São Paulo.
VÍTOR, Gilberto. Escola de Educação Emocional. http://www.cdic.com.br/emocio.htm

Por Quê? (Psicologia).

O que é Psicologia?



  Vamos lá: quando você pensa em um psicólogo, que figura lhe vem à mente?


Aposto que a figura do psicólogo clínico, algo à “la Freud”, com seu divã e sua feição séria foi a mais recorrente. Pois é, não só os não psicólogos como os próprios estudantes de psicologia muitas vezes identificam a própria psicologia com uma de suas possíveis áreas de atuação, que é a psicologia clínica, e ainda mais especificamente, aquela realizada individualmente no consultório particular. Com esse pequeno e modesto texto, não pretendo esgotar o assunto, que pode ser abordado de mil e uma maneiras. Já ficaria feliz, se, ao final dele, você não achasse que psicólogo e psicanalista clínico tradicional são sinônimos.



Definir psicologia é um desafio porque na verdade não existe psicologia. Luis Cláudio Figueiredo (2003) diz que a psicologia, longe de ser um continente, é um arquipélago cheio de ilhas com suas próprias teorias, linhas de pensamento, definição de objeto de estudo, métodos de pesquisa, concepções de ser humano. Por isso, ele prefere falar em psicologias. Por mais que alguns autores critiquem essa visão, acusem-na de radical, acredito que há vantagens nesse modo de pensar. Longe de ser um conhecimento fechado, coerente e certo sobre o ser humano, a psicologia abriga várias linhas de estudo, cada qual com suas singularidades, e que não podem ser unidas num todo.



Acho que para quem não é da área isso esteja um pouco confuso, até porque a imagem que a psicologia tem na mídia é bem diferente dessa que estou tentando passar. Popularmente, o psicólogo é aquele que dá conselhos, que ajuda as pessoas a se sentirem bem, que estudou alguma coisa que não se sabe bem o quê, mas que tem um conhecimento sobre o que é certo ou não fazer em determinadas situações. Essa imagem está bem longe do que realmente a(s) psicologia (s) é(são) ou deveria ser.

Bom, há vários eixos de diferenciação que podem ser ressaltados, e não quero, de modo algum, dizer que os que vou apontar são os únicos ou mais corretos. Para começar, quero diferenciar a atuação clínica, a pesquisa em clínica, a pesquisa básica, e possíveis utilidades da pesquisa básica. Psicólogos querem ajudar pessoas, certo? Mais ou menos, eu diria. Muitos querem, e desses, a maioria pode estar na área clínica, que, em geral, é aquela voltada para atender pessoas. Dentro da grande área que chamei de clínica, pode haver alguns psicólogos que também pesquisam. A pesquisa nesse caso pode ser estudar casos, pesquisar como melhorar o atendimento das pessoas. A pesquisa clínica tem uma aplicação direta, que é na atuação clínica. Nesse eixo, há psicólogos em seus consultórios clínicos particulares, ou em instituições públicas, em escolas, em hospitais, no esporte, enfim, em muitos lugares.


Agora há aqueles psicólogos mais interessados em entender pessoas. Ou melhor, algum comportamento, alguma emoção, algum processamento de informações na mente. Esses normalmente são pesquisadores. Claro que muitos deles também estão interessados em ajudar pessoas, mas não todos. E essas pesquisas que eles fazem não necessariamente vão ter utilidade prática direta, por isso alguns as chamam de pesquisa básica. Em vez de estudar casos particulares, normalmente se estuda os nomotéticos, ou seja, normas, coisas comuns. Como exemplos, algumas perguntas que podem guiar pesquisas: Como os humanos adquirem a linguagem? Como processamos as informações do mundo? Como as imagens que chegam da retina são transformadas naquilo que vemos? Homens e mulheres são diferentes em aspectos cognitivos, comportamentais? Por quê? Da onde vem o preconceito? Por que sentimos vergonha? Como funciona a memória? Por que somos atraídos por bebês? As emoções são universais? E as expressões faciais? Enfim, são muitas as pesquisas que podem ser feitas por psicólogos. E elas não necessariamente vão gerar algum conhecimento prático, que ajude a solucionar alguma coisa, ou ajudar certas pessoas. Trata-se de um conhecimento sobre como as coisas funcionam, que pode ou não ser útil no futuro, no sentido de gerar alguma tecnologia, alguma prática, alguma forma de se ajudar pessoas.

Uma observação: não necessariamente os clínicos, pesquisadores clínicos e pesquisadores básicos são pessoas diferentes. O que quero dizer é que num mesmo período de vida, um psicólogo pode clinicar, desenvolver pesquisas na clínica, e ainda, pesquisas básicas. Uma coisa não exclui a outra. E claro, ele também pode ser professor, dar aulas, que é uma outra atividade, também não excludente.

E dentro de tudo isso, ainda para complicar, existem as linhas teóricas que guiam os clínicos, pesquisadores clínicos, pesquisadores básicos ou professores. Normalmente os psicólogos se identificam com uma maneira de pensar, de atuar, de entender o ser humano, que são várias. Vou citar algumas: a psicanálise, o behaviorismo/análise experimental do comportamento, etologia, psicologia evolucionista, cognitivismo, gestalt, abordagem centrada na pessoa.


Cada uma dessas linhas de pensamento tem origem histórica diferente (Figueiredo, 2002), objetos de pesquisa diferentes (ex. na psicanálise o objeto de estudo é o inconsciente, e na análise experimental do comportamento, o comportamento), métodos diferentes (ex. na etologia faz-se muita observação, na psicologia evolucionista, uso de questionários e entrevistas), enfim, são maneiras de entender e, nas linhas que se propõem a isso, de tratar o ser humano. Há alguns profissionais que preferem não se denominar como pertencente a uma dessas linhas teóricas, comumente porque se identificam com mais de uma, e/ou porque sabem que nenhuma das linhas “descobriu” e desvendou tudo do ser humano e preferem pegar um pouco de cada uma.

Ou seja, deu para perceber que a psicologia não é uma área fechada e com consenso. Há muita discussão e pesquisas em andamento, e tudo o que se sabe é que ainda sabemos muito pouco do ser humano, sejam seus aspectos comportamentais, cognitivos, emocionais. Por fim, podemos considerar que o que une esse arquipélago das psicologias é o interesse pelo ser humano nesses aspectos citados.


Por curiosidade, entrei na Wikipédia e lá está a definição de psicologia: “A psicologia (do grego Ψυχολογία; ψυχή (psique), "alma", e λογία (logos), "palavra", "razão", "estudo") é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal (para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada)”. (Observação: “Psique” significa “alma”, mas para esse termo atualmente é entendido como “mente”).

Outro lugar interessante de olhar para entender melhor o que é a psicologia é o site do MEC, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de psicologia.(http://portal.mec.gov.br/cne/index.phpoption=com_content&task=view&id=98&Itemid=227).