Porque parar de reclamar
Reclamar pode se transformar em um vício, em um hábito pernicioso que faz com que não consigamos enxergar as coisas direito. Segundo os especialistas, reclamar vem de reclamare, do latim. O prefixo re + clamar que dizer clamar de novo, novamente, com repetição. Clamar tem os seguintes sentidos: 1. Bradar, gritar, proferir em altas vozes, 2. Protestar, vociferar, 3. Exorar, implorar, 4. Exigir, reclamar. E porque todos estes atos e gestos podem ser ruins?
O reclamar que estamos falando aqui não é no sentido de pedir os próprios direitos – como é o caso do site Reclame Aqui – mas sim o ato inútil de ficar dizendo o que alguém deveria ter feito e não fez, o que deveria ter acontecido e não aconteceu, o que a própria pessoa deixou de fazer e não poderia ter deixado e assim por diante… em um comportamento verbal (falar) ou comportamento verbal encoberto (pensar) que não vai levar ninguém a lugar algum.
Se ouvirmos uma pessoa reclamar durante alguns minutos, ficaremos logo cansados de tanta reclamação. Mas e se olharmos para dentro e vermos que nós mesmos fazemos o tempo todo isto? Que perdemos minutos, horas, dias, semanas intermináveis reclamando?
A pergunta para saber se a reclamação vai ser útil ou inútil é bem simples: o fato de você reclamar – para si ou para outra pessoa – vai mudar alguma coisa para melhor?
Exemplo, se você vai em um restaurante e não recebe exatamente o que pediu você pode reclamar e pedir que o atendimento seja feito de forma correta. Esta reclamação vai mudar alguma coisa? Provável que sim.
Outro exemplo, reclamar do que um amigo ou amiga, do que um companheiro ou companheiro, filho ou filha, fez há 5 anos vai mudar alguma coisa? Vai fazer com o que o passado seja diferente? Vai melhorar a pessoa para quem você está reclamando? Provavelmente não.
Note que a maior parte das reclamações são do seguinte tipo. Adianta reclamar que está chovendo? Adianta reclamar dos políticos em Brasília e não lembrar em quem você votou para deputado? Adianta reclamar do que não pode ser modificado?
Desafio de ficar dias sem reclamar
O título deste texto diz que podemos fazer um desafio, como uma brincadeira ou jogo, no qual devemos ficar 21 dias sem reclamar. Claro que o ideal seria passar a vida à frente sem este tipo de comportamento, que como vimos, pode ser da mais completa estupidez e inutilidade. Mas podemos ser mais práticos e fazer com calma e com um passo-a-passo:
1) Comece a notar do que e de quem você reclama? É seu pai? Sua mãe? Outro parente? É do seu namorado ou namorada, esposa ou marido? Em que momentos você reclama mais? Ao tentar ficar pelo menos um dia sem reclamar você vai notar que no momento em que você reclamar você já vai perceber. Então, faça a avaliação de se é uma reclamação útil (que visa um fim e pode mudar uma situação para melhor ou se é totalmente sem sentido). Pare de reclamar por um dia.
2) Note que parando de reclamar você terá mais tempo para utilizar no que realmente importa. Em comportamentos e atitudes que dependem de você e só você. Não adianta reclamar de alguém que chega atrasado ou se algo não sai exatamente como você tinha planejado em sua cabeça… Perceba que reclamar é só um blá-blá-blá sem fim, palavras jogadas ao vento…
3) Depois de ter passado uns dias sem reclamar, você já vai conseguir notar como você se sente melhor. Assim como, ao pararmos de assistir aos jornais sanguinolentos que só falam de morte, assassinato, roubo, furto, latrocínio nos sentimos melhor, parar de reclamar também nos desliga do que é negativo, do que não está bem, do que não gostamos… É realmente um alívio, como retirar um peso das costas ou retirar um sapato apertado
4) Se você consegue ficar uns dias sem reclamar, tente expandir cada vez mais a visão sobre o que você pode e sobre o que você não pode mudar. Este texto,
A Busca da Felicidade, fala sobre isto. Ao conseguirmos ver com clareza que algumas coisas simplesmente não dependem de nós para que sejam diferentes (e que também reclamar não vai mudar um centímetro), podemos direcionar nossos esforços para o que realmente tem importância.
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