quinta-feira, 29 de maio de 2014

Não perca seu TEMPO... nem o seu LATIM...

Não perca seu TEMPO... nem o seu LATIM...

Quantas vezes você já tentou mudar alguém? E qual foi sua taxa de sucesso?
Um grande problema que enfrentamos é que as pessoas querem ajudar outras a mudar seus comportamentos, mas não têm critérios para selecionar a quem oferecer ajuda. 
Sentem-se frustradas, desgastadas, impotentes e, em casos mais extremos, tentam conviver com essas pessoas, se traumatizam e adoecem.

A causa disso é que desconhecem que há pessoas que não podem ser desenvolvidas e que, portanto, não podem ser ajudadas. Uma boa solução, portanto, é perguntar, antes de qualquer coisa: “O que devo considerar para selecionar a quem ajudar a mudar o comportamento?”



Você deve identificar se essa pessoa possui uma ou mais das características abaixo e, em caso positivo, desista. Pois são indivíduos que não podem ser mudados:

1)        Pessoas que não se responsabilizam pelo resultado de suas ações. Alguém que faz algo que dá errado e responsabiliza a tudo e a todos pelo erro, exceto a si mesmo, não tem como ser desenvolvido.

2) Pessoas com doenças psicológicas. Indivíduos com síndrome do pânico, depressão, fobias e outras patologias de caráter psicológico devem ser tratadas por profissionais habilitados para tanto. Ou seja, psicólogos e médicos. O melhor que você pode fazer, nesses casos, é sugerir e insistir para que essas pessoas procurem auxílio desses profissionais.

3) Pessoas de má índole. Você não tem como mudar alguém que se comporta como um bandido.
Nesse caso, você deve procurar se afastar dessa pessoa, ou restringir sua presença a ela ao mínimo possível. Sempre com muita burocracia e registrando tudo que for combinado. Não se pode mudar alguém que é mau-caráter.

4)Pessoas que não querem ser mudadas. Essencialmente pessoas que não desejam sua ajuda.
Um indivíduo, para se desenvolver, deve ser treinável, isto é, aceitar feedback e críticas de outras pessoas, processá-las, aprender e aprimorar-se continuamente. Quem não está disposto a fazer isso não tem como ser desenvolvido.

Portanto, cuidado com sua nobre intenção de querer ajudar as pessoas. Você deve focar sua energia e atenção somente naquelas que desejam mudar, e não naquelas que precisam mudar.

É claro que você deve sempre instigar as pessoas a se aprimorar, mas não considere que todas estejam dispostas a isso.

O importante é que você use sua energia com indivíduos que valham a pena. E apoiá-los a vencer em suas carreiras e vida, mesmo que tenham de disputar com aqueles que não respeitam as regras do jogo, são doentes ou irresponsáveis demais para amadurecer.
Vamos em frente!







Você disse que o amor pode nos tornar livres.


Você disse que o amor pode nos tornar livres. Mas comumente nós vemos que o amor se torna apego, e ao invés de nos libertar ele nos torna mais amarrados. Assim, diga-nos alguma coisa sobre apego e liberdade.


O amor se torna apego, porque não existe nenhum amor. Você estava apenas num jogo, enganando a si mesmo. O apego é a realidade; o amor era apenas um prelúdio. Assim, sempre que você se apaixona, mais cedo ou mais tarde, você descobre que você se tornou um instrumento - e, então, toda a miséria começa. Qual é o mecanismo? Por que isso acontece?

Há alguns dias, um homem veio a mim e ele estava se sentindo muito culpado. Ele disse: “Eu amei uma mulher, eu a amei muito. No dia em que ela morreu, eu estava chorando e pranteando, mas de repente eu me tornei consciente de uma certa liberdade dentro de mim, como se alguma carga tivesse me deixado. Eu senti um profundo alívio, como se tivesse me tornado livre”.

Naquele momento, ele se tornou consciente de uma segunda camada de seu sentimento. Externamente ele estava chorando e pranteando e dizendo: “Eu não posso viver sem ela. Agora será impossível, ou a vida será apenas como a morte. Mas bem fundo” - ele disse - “eu me tomei consciente de que estou me sentindo muito bem, que agora eu estou livre”.

Uma terceira camada começou a sentir culpa. Ela lhe dizia: “O que você está fazendo”? E um corpo morto estava deitado ali, bem à sua frente, ele me contou, e ele começou a sentir uma enorme culpa. Ele me disse: “Ajude-me. O que está acontecendo à minha mente? Eu a traí tão cedo”?

Nada aconteceu; ninguém foi traído. Quando o amor se torna apego, ele se torna uma carga, uma escravidão. Mas por que o amor se torna um apego? A primeira coisa a ser entendida é que se o amor se torna um apego, você estava apenas em uma ilusão de que aquilo era amor. Você estava apenas brincando consigo mesmo e pensando que aquilo era amor. Na verdade, você estava necessitado de apego. E se você for ainda mais fundo, descobrirá que você estava também necessitando de se tornar um escravo.

Há um medo sutil da liberdade e todo mundo quer ser um escravo. Todo mundo, naturalmente, fala sobre liberdade, mas ninguém tem a coragem de ser realmente livre, porque quando você é realmente livre, você está só. Se você tem coragem de estar só, somente então, você pode ser livre.

Mas ninguém é corajoso o suficiente para estar só. Você precisa de alguém. Por que você precisa de alguém? Você tem medo de sua própria solidão. Você se torna entediado consigo mesmo. E na verdade, quando você está sozinho, nada parece significativo. Com alguém, você fica ocupado e você cria significados artificiais à sua volta.

Você não pode viver para si mesmo; assim, você começa a viver para outra pessoa. E também é o mesmo caso com a outra pessoa: ele ou ela não pode viver sozinho; assim, ele está na busca para encontrar alguém. Duas pessoas que estão com medo de suas próprias solidões, reúnem-se e começam um jogo - um jogo de amor. Mas, bem no fundo, elas estão buscando apego, compromisso, escravidão.

Assim, mais cedo ou mais tarde, tudo o que você deseja acontece. Essa é uma das coisas mais lamentáveis no mundo. Tudo o que você deseja chega a acontecer. Você a terá mais cedo ou mais tarde e o prelúdio desaparecerá. Quando a sua função for cumprida, ele desaparecerá. Quando você se tornou uma esposa ou um marido, escravos um do outro, quando o casamento aconteceu, o amor desaparece, porque o amor era apenas uma ilusão na qual duas pessoas poderiam se tornar escravas uma da outra.

Diretamente você não pode pedir por escravidão; é muito humilhante. E diretamente você não pode dizer para alguém: “Torne-se meu escravo”. - ...ele irá se revoltar. Nem você pode dizer: “Quero me tornar um seu escravo”; assim, você diz: “Eu não posso viver sem você”. Mas o significado está presente; é o mesmo. E quando isso - o desejo real - é preenchido, o amor desaparece. Então, você sente servidão, escravidão e, então, você começa a lutar para se tornar livre.

Lembre-se disso. Este é um dos paradoxos da mente: tudo o que você conseguir, você irá se aborrecer com aquilo, e tudo o que você não conseguir, você ansiará profundamente. Quando você está sozinho, você ansiará por alguma escravidão, alguma servidão. Quando você está em uma servidão, você começará a desejar liberdade. Na verdade, somente escravos desejam liberdade, e pessoas livres tentam novamente ser escravas. A mente continua como um pêndulo, movendo-se de um extremo ao outro.

O amor não se torna apego. O apego era a necessidade; o amor era apenas uma isca. Você estava a procura de um peixe chamado apego; o amor era apenas uma isca para pegar o peixe. Quando o peixe é apanhado, a isca é jogada fora. Lembre-se disso e, sempre que você estiver fazendo alguma coisa, vá fundo dentro de si mesmo para encontrar a causa básica.


Qual é o mecanismo para o amor se tornar apego? No momento em que você diz para seu amante ou amada “eu só amo você”, você começou a possuir. E no momento em que você possui alguém, você o insultou profundamente, porque você o tornou uma coisa.

Quando eu o possuo, você não é uma pessoa então, mas apenas um item a mais dentre a minha mobília - uma coisa. Então, eu o uso e você é minha coisa, minha posse; assim, eu não permitirei que ninguém mais o use. Isso é uma barganha na qual eu sou possuído por você e você faz de mim uma coisa. Isso é uma barganha, que “agora” ninguém mais pode usá-lo. Ambos os parceiros se sentem atados e escravizados. Eu o tomo um escravo, então, você, em troca, faz de mim um escravo.

Então a luta começa. Eu quero ser uma pessoa livre e, ainda assim, eu quero que você seja possuído por mim; você quer manter a sua liberdade e, ainda assim, me possuir — esta é a luta. Se eu o possuo, eu serei possuído por você. Se eu não quero ser possuído por você, eu não deveria possuí-lo.

A posse não deveria entrar no meio. Nós devemos permanecer indivíduos e devemos nos mover como consciências independentes e livres. Nós podemos ficar juntos, nós podemos nos fundir um no outro, mas sem posse. Então, não há servidão e, então, não há apego.

O apego é uma das coisas mais feias. E quando eu digo “mais feia”, eu não quero dizer apenas religiosamente, eu quero dizer também esteticamente. Quando você está apegado, você perdeu a sua solidão, a sua solitude: você perdeu tudo. Apenas para se sentir bem - porque alguém precisa de você e alguém está com você - você perdeu tudo, perdeu a si mesmo.

Mas a armadilha é que você tenta ser independente e você torna o outro a posse - e o outro está fazendo a mesma coisa. Assim, não possua se você não quer ser possuído.

Jesus disse em algum lugar: “Não julgue para não ser julgado”. É a mesma coisa: “Não possua para não ser possuído”. Não faça de ninguém um escravo; do contrário você se tornará um escravo.

Os assim chamados mestres são sempre servos de seus próprios servos. Você não pode se tornar um mestre de alguém sem se tornar um servo - isso é impossível.

Você só pode ser um mestre quando ninguém é um servo para você. Isso parece paradoxal, porque quando eu digo que você só pode se tornar um mestre quando ninguém é um servo para você, você dirá: “Então o que é o mestrado? Como eu sou um mestre quando ninguém é um servo para mim”? Mas eu digo que somente então, você é um mestre. Então, ninguém é um servo para você e ninguém tentará torná-lo um servo.

Amar a liberdade, tentar ser livre, significa basicamente que você chegou a uma profunda compreensão de si mesmo. Agora, você sabe que você é suficiente para si mesmo. Você pode compartilhar com os outros, mas você não é dependente. Eu posso compartilhar a mim mesmo com alguém. Eu posso compartilhar o meu amor, eu posso compartilhar minha felicidade, eu posso compartilhar minha alegria, meu silêncio com alguém. Mas isso é um compartilhar, não uma dependência. Se não houver ninguém, eu estarei igualmente feliz, igualmente alegre. Se alguém está presente, isso também é bom e eu posso compartilhar.

Quando você perceber sua consciência interior, seu centro, somente então, o amor não se tornará um apego. Se você não conhecer seu centro interior, o amor se tornará um apego. Se você conhecer o seu centro interior, o amor se tornará uma devoção. Mas você deve primeiro estar presente para amar, e você não está.

Buda estava passando por um vilarejo. Um jovem veio até a ele e disse: “Ensine-me algo: como eu posso servir aos outros”?

Buda riu para ele e disse:Primeiramente, seja. Esqueça os outros. Primeiramente, seja você mesmo e, então, todas as coisas se seguirão”.


Exatamente agora você não é. Quando você diz “quando eu amo alguém isso se torna um apego”, você está dizendo que você não é; assim, tudo o que você faz dá errado, porque o fazedor está ausente. O ponto interior de consciência não está presente; assim, tudo o que você faz, dá errado. Primeiro seja e, então, você pode compartilhar seu ser. E esse compartilhar será amor. Antes disso, tudo o que você fizer se tornará um apego.

E, por último: se você está lutando contra o apego, você tomou uma direção errada. Você pode lutar. Assim, muitos monges - reclusos, saniássins - estão fazendo isso. Eles sentem que estão apegados às suas casas, às suas propriedades, às suas esposas, aos seus filhos e eles se sentem engaiolados, aprisionados.

Eles fogem, deixam suas casas, deixam as suas esposas, deixam seus filhos e posses e eles se tornam mendigos e escapam para a floresta, para a solidão. Mas vá lá e observe-os. Eles se tornaram apegados aos seus novos arredores.

Eu estive visitando um amigo que estava em uma vida reclusa embaixo de uma árvore em uma floresta densa, mas havia outros ascetas também. Um dia, aconteceu de eu estar com esse recluso embaixo de sua árvore e um novo buscador ter vindo enquanto meu amigo estava ausente. Ele tinha ido ao rio tomar um banho. Embaixo de sua árvore o novo saniássin começou a meditar.

O homem voltou do rio e empurrou o novato da árvore, e disse: “Esta é minha árvore. Vá e encontre outra, em algum outro lugar. Ninguém pode se sentar sob a minha árvore”. E esse homem tinha deixado a sua casa, a sua esposa, os seus filhos. Agora a árvore se tornou uma posse - você não pode meditar embaixo da árvore dele.

Você não pode escapar tão facilmente do apego. Ele tomará novas formas, novos contornos. Você será enganado, mas ele estará presente. Assim, não lute com o apego, apenas tente entender por que ele existe. E, então, conheça a causa profunda: devido a você não ser, esse apego existe.

Dentro de você, o seu próprio ser está tão ausente, que você tenta se apegar a qualquer coisa a fim de se sentir a salvo. Você não está enraizado; assim, você tenta fazer de qualquer coisa às suas raízes. Quando você está enraizado em seu ser, quando você sabe quem você é, o que é esse ser que está dentro de você e o que é essa consciência que está em você, então, você não se apegará a ninguém.


Isso não significa que você não amará. Na verdade, somente então, você pode amar, porque então o compartilhar é possível - e sem nenhuma condição, sem nenhuma expectativa. Você simplesmente compartilha, porque você tem uma abundância, porque você tem tanto que está transbordando.

Esse transbordamento de si mesmo é amor. E quando esse transbordamento se torna uma enchente, quando, por seu próprio transbordamento, o universo inteiro é preenchido e seu amor toca as estrelas, em seu amor a terra se sente bem e em seu amor todo o universo é banhado; então, isso é devoção.

Osho, em "O Livro dos Segredos"

O seu corpo não é simplesmente físico...



O seu corpo não é simplesmente físico. Muitas coisas penetraram nos seus músculos, na estrutura do seu corpo, por meio da repressão. Se reprimir a raiva, o veneno vai para o seu corpo. Vai para os músculos, vai para o sangue. Quando você reprime alguma coisa, isso deixa de ser apenas um fenômeno mental e passa a ser físico também — porque, na verdade, você não está dividido. Você não é corpo “e” mente; você é corpomente, psicossomático. Você é as duas coisas ao mesmo tempo. Portanto, qualquer coisa impingida ao corpo afeta a mente e qualquer coisa impingida à mente afeta o corpo. Corpo e mente são dois aspectos da mesma entidade.

Por exemplo, quando fica com raiva, o que acontece com o corpo? Sempre que você fica com raiva, alguns venenos são liberados no seu sangue. Sem esses venenos você não enlouqueceria a ponto de ficar encolerizado. Você tem certas glândulas no corpo e essas glândulas liberam determinadas substâncias químicas. Ora, isso é científico, não é só filosofia. O seu sangue fica envenenado. É por isso que, se tomado de raiva, você pode fazer coisas que normalmente não faria. Quando está com raiva, você consegue empurrar uma grande rocha — o que não conseguiria normalmente. Você mal consegue acreditar depois, ao ver que conseguiu empurrar a rocha, atirá-la longe ou erguê-la. Quando volta ao normal, você não consegue mais erguê-la, porque já não é mais o mesmo. Certas substâncias químicas estavam circulando na corrente sanguínea, você vivia um estado de emergência; toda a sua energia foi canalizada para a ação.

Mas, quando um animal fica enraivecido, ele simplesmente fica enraivecido. Ele não tem nenhuma moralidade quanto a isso, nada lhe foi ensinado a respeito; ele simplesmente fica enraivecido e a raiva é expressada. Quando você fica com raiva, a sua raiva é parecida com a de qualquer animal, mas então existe a sociedade, a moralidade, a etiqueta e milhares de outras coisas. Você abafa a raiva. Tem de mostrar que não está com raiva, tem de sorrir um sorriso falso. Você força um sorriso e abafa a raiva. O que acontece com o seu corpo? O corpo está pronto para brigar — ou brigar ou tugir do perigo, ou enfrentá-lo ou fugir dele. O corpo está pronto para fazer alguma coisa — a raiva é só a prontidão para fazer alguma coisa. O corpo ia ser violento, agressivo.

Se você pudesse ser violento e agressivo, então a energia seria extravasada. Mas você não pode — não é conveniente, por isso você a abafa. Então o que acontecerá com todos esses músculos que estavam prontos para ser agressivos? Eles ficarão atrofiados. A energia os está pressionando para serem agressivos e você está fazendo uma pressão contrária para que não sejam. Haverá um conflito. Nos seus músculos, no seu sangue, nos tecidos do seu corpo haverá um conflito. Eles estão prontos para expressar algo e você os pressiona para que não se expressem. Você está reprimindo os seus músculos. Então o corpo fica atrofiado. Isso acontece com todas as emoções, dia após dia, durante anos. Então o corpo fica todo atrofiado. Todos os nervos ficam atrofiados; deixam de fluir, não são mais caldais, não estão mais vivos. Eles ficam mortos, foram envenenados e ficaram todos emaranhados. Não são mais naturais.

Olhe qualquer animal e veja a graça do corpo dele. O que acontece ao corpo humano? Por que não é tão gracioso? Todo animal é gracioso — por que o corpo humano não é? O que lhe aconteceu? Você tem feito algo a ele. Você o tem destroçado, e a espontaneidade natural do seu fluxo já não existe mais. Ele ficou estagnado. Em todas as partes do seu corpo existe veneno. Em todos os músculos do seu corpo existe raiva reprimida, sexualidade reprimida, ganância reprimida, ciúme, ódio. Tudo é reprimido ali. Seu corpo está realmente doente.

Os psicólogos dizem que criamos uma armadura em torno do corpo e essa armadura é o problema. Se lhe permitem expressão total quando está com raiva, o que você faz? Quando está com raiva, você começa a ranger os dentes; você quer fazer alguma coisa com as unhas e com as mãos, porque é desse modo que a sua herança animal expressa a raiva. Você quer fazer alguma coisa com as mãos, destruir algo. Se não faz nada com os dedos, eles ficam atrofiados; perdem a graça, a beleza. Não serão mais membros vivos. E o veneno fica represado ali, por isso, quando você dá a mão a alguém, não acontece um toque de verdade, não existe vida, as suas mãos estão mortas.

Você consegue sentir isso. Toque a mão de uma criança pequena: há uma diferença sutil. Se a criança não quer dar a mão a você, ela não força; se retrai. Não dará a você uma mão morta, simplesmente tirará a mão. Mas, se ela quer lhe dar a mão, você sente como se a mão dela estivesse derretendo na sua. O calor, o fluxo — como se a criança toda estivesse vindo para a sua mão. Com o próprio toque ela expressa todo o amor que é possível expressar.

Mas a mesma criança, ao crescer, dará a mão como se ela fosse apenas um instrumento morto. Ela não acompanha esse movimento, ela não flui por meio dele. Isso acontece porque existem bloqueios. A raiva está bloqueada, e, de fato, antes que a mão possa ganhar vida novamente para expressar amor, ela terá de passar por uma verdadeira agonia, terá de passar por uma expressão profunda da raiva. Se a raiva não for extravasada, ela bloqueará a sua energia, não deixando o amor fluir.

Todo o seu corpo ficou bloqueado, não só as mãos. Por isso você pode abraçar alguém, pode aproximar alguém do seu peito, mas isso não significa que esteja aproximando essa pessoa do seu coração. São duas coisas diferentes. Você pode aproximar alguém do seu peito — esse é um fenômeno físico. Mas, se você tem uma armadura em torno do coração, tem um bloqueio emocional, então a pessoa continuará tão distante quanto antes;nenhuma intimidade é possível. Mas, se realmente trouxer a pessoa para perto de você, sem que exista nenhuma armadura, nenhum muro entre você e ela, então o seu coração se derreterá no coração dela. Haverá uma fusão, uma comunhão.

Quando o seu corpo voltar a ser receptivo e não houver nenhum bloqueio, nenhum veneno em torno dele, você estará sempre envolvido por um sentimento sutil de alegria. Seja o que for que esteja fazendo ou deixando de fazer, o seu corpo sempre estará envolto numa sutil vibração de alegria. Na realidade, a alegria só significa que o seu corpo é uma sinfonia, nada mais — que ele está num ritmo musical, só isso. Alegria não é prazer; o prazer sempre deriva de outra coisa. A alegria é simplesmente ser você mesmo — estar vivo, absolutamente vibrante, vital. O sentimento de que há uma música sutil em torno do seu corpo e dentro dele, uma sinfonia — isso é alegria. Você fica alegre quando o seu corpo está fluindo, quando ele é como o fluxo de um rio.

Osho, em “Saúde Emocional: Transforme o Medo, a Raiva e o Ciúme em Energia Criativa”


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