domingo, 26 de maio de 2013

Por que os homens separam amor de sexo?




Por que os homens separam amor de

sexo?



Antes de responder essa pergunta nada simples preciso partir de uma constatação que não é minha, sua personalidade meiga tem 3 fontes nas quais são banhadas a sua identidade pessoal.
A primeira é bioquímica que herdou geneticamente do pai e da mãe, não há como fugir, cada fisiologia é única. A segunda é sócio cultural e histórica, que é o conteúdo que dá corpo e sentido ao que é percebido pela pessoa, ou seja, o que chamamos amor hoje não era visto do mesmo jeito antes de Cristo. O terceiro é o condicionamento psicológico, ou seja, a maneira que cada um vai fazendo micro-escolhas e delineando seu jeito de ser.
(vc possui o PODER DE FAZER SUAS MICRO- ESCOLHAS...APENAS VC....)
Explicado isso volto ao dilema de todas as mulheres que se perguntam intrigadas como um homem pode ter o coração gelado de transar sem nenhum sentimento envolvido. Primeiro engano, ele tem sentimentos envolvidos, pois pinto duro não nasce em árvore. Aquele frisson necessário, a empolgação, o envolvimento e interesses estéticos unidos ao jeito cativante da garota despertam muitas sensações.
É baseado nesses elementos básicos que um homem se excita e pode seguir rumo ao sexo. Nesse sentido ele tem a cabeça livre de qualquer tipo de preconceito sobre sua postura e não será mal visto caso transe no primeiro encontro, portanto, pode gozar de aparente despudor ao abordar uma garota. A chance de ele ser visto como um futuro bom marido ou homem de respeito é pequena, e isso dá passe livre para ações sem nenhum tipo de retaliação futura.

O sexo, do ponto de vista masculino e da cultura que vivemos, não vincula o homem a parceira sexual, ou seja, não é mal visto ou repreendido o sexo casual sem nenhuma outra intenção profunda de relacionamento. Essa prerrogativa cultural é o primeiro gatilho para que entendamos a história toda.
Os homens são criados de tal forma que sejam fortes e independentes em suas reações (nem todos) e para isso desde cedo são banhados numa enxurrada de ordens expressas e subliminares que dizem: “não sinta o que você está sentindo!”. O termo técnico disso é cisão psíquica, quando você separa o afeto envolvido no objeto de interesse. Sabe quando você está de dieta e tenta se convencer de que não quer devorar três cachorros-quentes? Pois é, isso é uma forma branda de cisão, corta a imagem em duas, a que tem afeto envolvido você reprime e a outra permanece intacta diante do seu nariz e sem apelo emocional.
Só para deixar claro que essa não é uma habilidade condicionada exclusivamente masculina. Pense no que você sente quando anda numa grande metrópole e vê um mendigo deitado na rua. É um ser humano, no entanto, devido aos condicionamentos urbanos se tornou parte de certas “paisagens” da cidade. Cruel, desumano? Sim, a cisão explica, pois anulamos daquela imagem a porção emocional que nos cabe. Eu poderia dar inúmeros exemplos de como podemos bloquear o afeto de quase tudo o que fazemos, afinal, com a quantidade de estímulos que temos nossa percepção ficaria absurdamente entulhada de dejetos mentais.
Quantas vezes você já não se flagrou como um zumbi olhando fixamente para o celular sem sequer ouvir as pessoas em volta? A química masculina também tem certa contribuição no fenômeno sexo X amor, pois ele é majoritariamente abastecido de testosterona, um hormônio que circula em todo o organismo do homem (em menor quantidade na mulher) e o predispõe a atitudes mais agressivas, libidinosas e autocentradas. Estudos já comprovaram que fisioculturistas homens e mulheres que fazem uso de químicos compostos de testosterona sofrem de alterações comportamentais. Eles ficam mais “pegadores”, reativos, irritados e agem baseados em seus próprios interesses. O contrário também é verdadeiro, pois em casos de quimioterapia focada em certos tipos de câncer de próstata que inibem a produção da testosterona (para combater o aumento do câncer) deixam o comportamento do paciente mais dócil, afetuoso e não sexualizado.
Uma cultura que exime o homem de comprometimento associada com condicionamento psicológico que dissocia o afeto dos fatos e uma química que predispõe ao autocentramento são fatores que deixam os homens mais propensos a tratar o envolvimento sexual como algo distinto da intimidade amorosa.
Se isso é uma vantagem ou desvantagem eu não sei, vejo como uma habilidade que pode ser colocada à serviço do bem estar como faz um cirurgião ou um bombeiro que deixa de lado o que sente para salvar uma pessoa. Também pode ser própria de gente mal intencionada que manipula, mente e sacaneia.
Espero que o porquê tenha ficado claro, mesmo sem ter entrado no mérito moral do que os homens fazem com isso.
Vale ressaltar um última coisa, que o fato de ser possível essa manobra mental por homens e mulheres o efeito colateral dela pode ser mais grave do que imaginamos que é o de passar anos sem ver nenhum real sentido na vida, porque para ter sabor é preciso certa capacidade de se lambuzar no mar tumultuado das emoções, tenha consciência disso ou não.
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Para desvendar mais enigmas do amor deixo meu convite para a palestra do dia 25 de maio (sábado), será um prazer tratar dos dramas e loucuras que o amor nos prega: http://www.eventick.com.br/amoroso