Filosofia é a ciência que tem por objetivo proceder a uma reflexão em torno do conhecimento humano. Ela trata sobretudo dos fins e valores dos seres. Na antiguidade englobava todas as ciências, as quais se valiam apenas do método dedutivo.
Para Sócrates (469-399 A.C.). O homem deveria se conhecer para assim poder conhecer o comportamento de outras pessoas. Hoje se sabe que este procedimento, essa auto-análise(introspecção), não tem valor que lhe atribua o grande moralista helênico. Pelo contrário, é conhecendo os outros que nos conhecemos.
Platão (427-347 A.C.) preocupou-se mais com o problema da origem das ideias. Suponha que os homens nasciam com ideias e que o ambiente apenas as despertava durante o desenvolvimento. Para ele, a alma teria uma função racional (no cérebro), uma afetiva (no coração) e uma instintiva (nas entranhas).
Coube a Aristóteles (384-322 A.C.) as primeiras investigações mais seguras sobre a consciência e a conduta do homem. Elaborou leis acerca dos fenômenos mentais e compreendeu a inter relação entre o organismo e o ambiente. Para ele, nada haveria no cérebro que não houvesse passado pelos órgãos de sentido.
Muitos séculos depois do grande sábio estagirita, René Descartes (1596-1650 A.C.) admite que as relações humanas são reflexas, são respostas a estímulos. Descartes, porém, achava que o homem se distinguiria dos animais inferiores por possuir inteligência, substância colocada na glândula epífise por Deus. Ele era nativista, isto é, achava que as ideias eram inatas. Depois de descartes, duas correntes surgiram na filosofia: os mecanicistas, para os quais o corpo era uma "máquina" comandada pela alma.
Em "Ensaio Sobre o Entendimento Humano" (1690), John Locke (1632-1704) opôs-se a descartes, admitindo que "o conhecimento humano é produto de experiências e reflexão, fora das quais nenhuma ideia pode existir, e que nossas experiências são a unificação das sensações físicas, através dos órgãos dos olhos, dos ouvidos, etc."
Foi Fechner (1801-1887), no entanto, o primeiro a tentar entender as relações entre a alma e a matéria corporal. Queria saber qual a relação que existe entre um estímulo (o peso, por exemplo) e o sentir pela alma (sensação). Sua obra "Elemente der Psychophysik" (1860), elabora com muitos dados do fisiólogo Weber (1795-1878), seu professor, é uma tentativa visando libertar a Psicologia da Filosofia.
Muitos foram os cientistas que procuraram fazer da Psicologia uma ciência com objeto definido, métodos e Psicologia uma ciência com objeto definido, métodos e leis. Verdade, porém, é que foi Wilhelm Wundt (1832-1920), doutorado em 1856 e professor em Heidelberg, onde era também assistente de Helmholtz (1821-1894), quem, em Leipzig, colocou o marco inicial da Psicologia moderna, ou realmente científica. Fez estudos sobre as sensações e percepções, tendo por pacientes seus alunos. Publicou entre 1873 e 1874 a obra "Psicologia Fisiológica"; em 1879, criou o primeiro laboratório de Psicologia no mundo e em 1881 fundo uma revista ("Estudos Filosóficos").
Com Wundt, no entanto o objeto da Psicologia são ainda os fatos da consciência, como as sensações, as percepções, as lembranças, as associações de ideias. A partir de suas pesquisas é que surgirão muitos investigações, não só sobre a consciência como sobre o comportamento. São criadas muitas técnicas, aparecem as teorias e, com elas, as chamadas "escolas", cada uma entendendo à sua maneira a conduta e a personalidade do ser humano. Entre outras, são hoje bem conhecidas a Reflexológica (Pavlov, Bechterev, Luria, Leontiev, Krasnogorsky...), o comportamentismo (Watson, Hunter, Hull, Guthrie, Skinner...), o configuracionismo, ou Gestalt (Wertheimer, Koffka, Köhler, Lewin...), a psicanálise (Freud, Adler, Jung, Horney, Murray, Melanie Klein...) a Fenomenologia (Husserl, Hieddeger, Merleau-Ponty...) e o Personalismo (Calkins, Stern...). Cada escola, ou corrente, reúne um conjunto de psicólogos que, em decorrência de pesquisas já realizadas, admitem certos métodos e concepções próprias acerca do comportamento, da motivação, do desenvolvimento individual, da aprendizagem e da personalidade.
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