quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Por Quê? Informação.

Para conselhos de psicologia, projeto de lei do ato médico não é consenso entre profissionais da saúde
Entidades pedem mais debate; abaixo, texto veiculado pelo CFP e pelo CRP-6

Uma tentativa de colocar o Projeto de Lei (PL) nº 268/2002, conhecido como Ato Médico, na pauta do plenário do Senado Federal em regime de urgência, sem que tenha havido consenso entre os diversos setores da área da saúde, foi realizada na tarde de quarta-feira, 1 de dezembro de 2010, quando representantes da classe médica foram ao gabinete do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, fazer a solicitação. Não há um texto de consenso para o PL, ao contrário do que vem sendo anunciado por setores da medicina.
A possibilidade de votação do PL a toque de caixa, no final da legislatura, preocupa as profissões da saúde, pois não foi realizada uma discussão mais ampla no Congresso e o debate, definitivamente, não foi amadurecido na sociedade brasileira, que é a maior prejudicada pelas mudanças. O projeto, tal como está, interfere diretamente no funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e, se aprovado, afetará a todos os usuários do serviço. Ademais, o projeto ainda não passou por todas as comissões no Senado.
Em reunião com o presidente do Senado Federal, José Sarney, na terça-feira, 23 de novembro, representantes de conselhos profissionais, fóruns e associações de profissionais e usuários da saúde expuseram suas preocupações em relação ao PL. Na ocasião, Sarney assegurou que o projeto não entraria na pauta em regime de urgência e reconheceu que o assunto é controverso. "Não vamos colocar em urgência, estou vendo que é um assunto controvertido", afirmou o presidente do Senado.
Estiveram na reunião conselheiros do Conselho Nacional de Saúde (CNS), representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da área da Saúde (Fentas), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), dos Conselhos Federais de Psicologia (CFP), de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Cofito), de Fonoaudiologia e de Enfermagem. O movimento contra o projeto de lei do Ato Médico reúne entidades e associações de diversas profissões da saúde.
O chamado Ato Médico interfere na autonomia do trabalho das profissões da saúde e causa danos ao SUS ao prejudicar o atendimento integral à saúde da população. O debate é essencial para que seja garantida à sociedade o direito do atendimento multiprofissional.

 Conselho Federal de Psicologia (CFP)

Conselho Regional de Psicologia - 6ª Região (CRP-6)

Escrito por blogdamentecerebro às 15h07

Por Quê? Cérebro de autistas é maior.

Cérebro de autistas é maior
Descoberta aponta novos caminhos para estudar a origem do transtorno
 
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Qualquer pessoa que passa alguns momentos com uma criança autista logo percebe os principais traços de seu comportamento: ausência de contato visual, dificuldade de compreender emoções alheias e expressar os próprios sentimentos. O transtorno atinge em média 1 em cada 150 recém-nascidos e, segundo a hipótese atual, combina causas genéticas e ambientais, não totalmente esclarecidas. Agora, pesquisadores da Universidade da Califórnia identificaram dois marcadores biológicos do distúrbio que podem apontar um novo caminho para estudar sua origem: autistas têm cérebro mais pesado e com maior número de neurônios na região do córtex pré-frontal, relacionada às habilidades cognitivas, comunicativas e de interação social.

A descoberta é resultado preliminar de um estudo conduzido pelo neurocientista Eric Courchersne, publicado na Journal of The American Medical Association em novembro de 2011. Sua equipe analisou tecidos do córtex pré-frontal de 13 meninos e adolescentes que morreram entre 2 e 16 anos de idade – 7 deles diagnosticados com autismo. Os pesquisadores descobriram que eles tinham 67% mais neurônios que o grupo de controle. Essa proporção foi observada apenas em relação a esse tipo de célula, pois a contagem de outras estruturas neurais, como as células gliais, foi idêntica à do grupo de controle. Além disso, o cérebro dos autistas revelou-se 17,6% mais pesado e 7% maior que a média. “Futuros estudos com uma amostra maior de tecidos poderão revelar relações importantes entre a contagem de neurônios e a severidade dos sintomas”, afirma Courchersne em seu artigo.

Por Quê? Pessoas tendem a ser mais empáticas quando executam ações simultâneas.

A dança da cooperação
Pessoas tendem a ser mais empáticas quando executam ações simultâneas
 
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Ações sincronizadas facilitam a concordância sobre os mais diversos temas e a interação social. No entanto, não é fácil ter sintonia fina de pensamentos e movimentos sem a oportunidade de “ensaiar a coreografia”, como fazem os dançarinos. Um dos primeiros pesquisadores a reconhecer isso, há mais de 80 anos, foi o psicólogo social Floyd Henry Allport, professor da Universidade Harvard.

Apesar de permear nosso cotidiano, a sincronia implicada na cooperação não tem nada de trivial. Tal associação é construída apenas durante a interação propriamente dita – é por isso que ninguém aprende a dançar consultando livros ou sites na internet. Pioneiros nessa área, os psicólogos cognitivos Simon Garrod, da Universidade de Glasgow, e Martin Pickering, da Universidade de Edimburgo, investigaram o papel da fala como instrumento de coordenação. Eles observaram que, enquanto executam ações sincronizadas, as pessoas tendem a concordar rápida e involuntariamente sobre conceitos comuns. Exemplo: dois indivíduos, enquanto realizam uma ação conjunta, discutem a cor de uma gravata. Quando um deles diz que a peça é verde, o outro não demora muito para concordar, mesmo que a gravata seja de fato azul. Esse acordo tácito simplifica muito o entendimento.

Os experimentos dos pesquisadores escoceses mostraram também que a estrutura da frase e até mesmo a entonação da fala passam por ligeiras alterações para que a conversação flua sem obstáculos. Muitas vezes, porém, a cooperação exige algum esforço para garantir que as pessoas não reajam na hora errada, ou seja, na vez do outro. É preciso certo grau de sensibilidade para perceber o outro e alternar a fala e a escuta durante uma conversa, ao tocar as teclas no momento exato num duo ao piano ou durante uma dança, por exemplo.