segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Charles Melman A era do prazer


                  Charles Melman

                               A era do prazer
Novo destaque da psicanálise, Charles Melman afirma que os indivíduos nunca pensaram tão pouco como hoje e que as ideologias acabaram
Celina Côrtes
O psicanalista austríaco Sigmund
Freud (1856-1939) e o francês Jacques Lacan (1901-1980) provocaram uma revolução ao desvendar com mais profundidade o funcionamento da mente. Embora suas teorias continuem vigorando, o homem que eles analisaram tem diferenças fundamentais em relação ao cidadão do século XXI. Com o cuidado de não minimizar o conhecimento de seus antecessores, o psicanalista francês Charles Melman, 73 anos, está causando uma nova revolução na psicanálise com o livro O homem sem gravidade, gozar a qualquer preço (Ed. Companhia de Freud). Melman faz um retrato de corpo inteiro do novo homem, que põe o prazer à frente do saber e prioriza a estética em detrimento da ética. “O excesso se tornou norma”, diagnostica, com sua voz calma e pausada, à beira da piscina do Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Melman esteve na cidade participando de um seminário sobre os laços conjugais na modernidade. O evento, com o título Será que podemos dizer, com Lacan, que a mulher é sintoma do homem?, foi promovido pela associação psicanalítica Tempo Freudiano.
Apesar de ser um dos profissionais mais badalados do momento na psicanálise, seu tom nada tem de arrogante. Melman foi um dos principais colaboradores de Lacan, que o escolheu para dirigir a Escola Freudiana de Paris. Ele fundou a Associação Freudiana Internacional, que mais tarde passou a se chamar Associação Lacaniana Internacional. O psicanalista evita injetar julgamento nas conclusões alinhavadas em seu livro. São constatações sobre a vida moderna, na qual ele vê aspectos positivos, entre os quais a “formidável liberdade”, e negativos, como o processo de substituição das neuroses pela depressão. O que ele batiza como “nova economia psíquica” teria, entre outras coisas, transformado o sexo em uma mercadoria como outra qualquer. Até a morte perde sua sacralidade, segundo Melman. Para ele, a exposição sobre arte anatômica – que está correndo o mundo desde 1997 e exibindo cadáveres plastificados e suas entranhas – seria um forte indício dessa tendência. “A questão atual é exibir. Exibir as tripas, o interior das tripas, o interior do interior”, analisa.
ISTOÉ -
O que é a Nova Economia Psíquica?
CHARLES MELMAN -
Hoje a saúde mental já não se origina mais da harmonia
com o ideal de cada um, mas do objeto que possa trazer satisfação. Não há
limites. Há uma nova forma de pensar, de julgar, de comer, de transar, de se casar ou não, de viver a família, a pátria e os ideais. Essa nova economia psíquica é organizada pela exibição de prazer e implica em novos deveres, dificuldades e sofrimentos. A partir do momento em que há no sujeito um tipo de desejo, ele se torna legítimo, e é legítimo esse indivíduo encontrar sua satisfação. A posição ética tradicional, metafísica, política, que permitia às pessoas orientar seu pensamento, está em falta. O excesso se tornou a norma.
ISTOÉ -
Quais são os aspectos positivos e negativos disso?
CHARLES MELMAN -
Cada um pode satisfazer publicamente suas paixões contando
com o reconhecimento social, incluindo as mudanças de sexo. Há uma
formidável liberdade, mas ela é estéril para o pensamento. Nunca se pensou
tão pouco. O trabalho do pensamento é comandado por aquilo que produz
obstáculo. Mas nada mais representa obstáculo, não sabemos o que há para pensar. O sujeito não é mais dividido, não se interroga sobre sua própria existência. Como faltam referências, o indivíduo se vê exposto, frágil e deprimido, necessitando sempre da confirmação externa. Assim, o eu pode se ver murcho, em queda livre, gerando uma frequência de estados depressivos diversos.
ISTOÉ -
Como o sr. descreveria o indivíduo nessa economia psíquica?
CHARLES MELMAN -
A imprensa e a mídia substituíram as fontes de sabedoria de outrora.
Daí resulta um indivíduo manipulável e manipulado. Suas escolhas, opções e comportamento de consumidor é que organizam seu mundo. É uma forma de identificação que, me parece, não foi observada por Freud nem por Lacan.
ISTOÉ -
De que forma se dá o rompimento do modelo gerador de neuroses desvendado por Freud ? no qual a relação com o mundo é marcada pela ausência do objeto querido ? e que consequências tem esse rompimento?
CHARLES MELMAN -
Com o desaparecimento do limite, não há mais o sujeito do inconsciente de Freud, que se expressava por seus sonhos, lapsos e atos falhos. Se houve uma descoberta feita por Freud é a de que nossa relação com o mundo não se dá por intermédio de um objeto, mas pela falta dele. No complexo de Édipo o objeto em falta é a própria mãe. A pessoa precisava passar por essa perda para estabelecer suas identificações sexuais. Hoje, para se ter acesso à satisfação não é mais preciso passar pela perda, que era uma fonte de neuroses. Do conjunto de pessoas que se consultam nos serviços hospitalares, 15% são casos de depressão. Há, portanto, a emergência de um novo sintoma, a depressão, no lugar das neuroses de defesa.
ISTOÉ -
O prazer sexual estaria se banalizando?
CHARLES MELMAN -
O sexo realmente se banalizou. É encarado como uma necessidade, já que caiu por terra o limite que o tornava sagrado. Quando se fala em liberação sexual, não se fala mais no desejo. O homem contemporâneo trata o desejo sexual, de certa forma, como simples atividade corporal. A nova economia psíquica faz do sexo uma mercadoria entre outras.
ISTOÉ -
De que forma a exposição sobre arte anatômica, apresentada desde 1997 e ainda correndo o mundo, influenciou suas idéias?
CHARLES MELMAN -
Com essa exposição a morte deixou de ser sagrada. Passou a ser mais um bem de consumo. Os cadáveres, protegidos da putrefação por modernas técnicas, viram corpos plastificados expostos à visão. Algumas vezes com o interior do cérebro, do sistema digestivo e até um feto dentro do útero à mostra. Milhares de pessoas estão fazendo filas nos museus para ver a exposição. Estamos ultrapassando os limites. Até então, uma das características da espécie humana era destinar seus mortos à sepultura, com o respeito que costuma cercar a morte. A questão atual é exibir. Exibir as tripas, o interior das tripas, o interior do interior.
ISTOÉ -
Então não há mais nada que choque as pessoas?
CHARLES MELMAN -
Há sim, a pedofilia. Mas, de qualquer forma, os programas de televisão e a imprensa mostram os casos mais escabrosos em detalhes e todos se interessam por esse tipo de noticiário, como se fossem os fatos da atualidade. As jovens que foram violadas acabam sendo exibidas como mais um objeto.
ISTOÉ -
Por que a figura paterna foi esvaziada, assim como o lugar da autoridade de uma maneira em geral?
CHARLES MELMAN -
O problema do pai, hoje, é que não há mais autoridade, ou a função de referência. Sua figura se tornou anacrônica. Nas famílias, o pai e a mãe passam a ter as mesmas atribuições, o que dificulta a identificação dos filhos com a figura masculina e com a feminina.
ISTOÉ -
Por que o sr. diz que a vida política está desértica?
CHARLES MELMAN -
Os jovens sempre foram revoltados com a injustiça social. Hoje, no entanto, eles só têm uma vontade: participar da vida social. Eles não protestam contra as injustiças. Querem apenas encontrar um meio de gozar logo os prazeres da vida social. Por outro lado, muitos cidadãos podem constatar que falta potência ao poder político diante das forças econômicas, verdadeiras ‘mestres’ da situação. Então por que se engajar na vida política se ela é impotente para corrigir as desigualdades e dificuldades da vida social? Hoje, acabaram as ideologias, as palavras de ordem e até mesmo as utopias. Os indivíduos preferem eleger pessoas que souberam gerir bem seus negócios. Não há mais confiança nos políticos.
ISTOÉ -
Por que tanta desconfiança?
CHARLES MELMAN -
Porque nessa sociedade permissiva todas as figuras de autoridade parecem abusivas, é como se não ocupassem mais o seu lugar. É a mesma coisa com o pai na família.
ISTOÉ -
Quais são as características desse homem ?sem gravidade??
CHARLES MELMAN -
Faltam ao homem de hoje qualidades que lhe seriam singulares. Temos mais a impressão de uma generalização dos traços que se tornaram comuns a todos os cidadãos. É como se eles tivessem mais ou menos as mesmas qualidades e defeitos.
ISTOÉ -
Isso pode ser um dos resultados da globalização?
CHARLES MELMAN -
Sim. Fui há alguns dias ao Chile, no deserto de São Pedro de Atacama. Lá há um oásis com três a quatro mil pessoas, a maioria de jovens originados do povo inca, que habitava a região. Pelo que se interessam esses jovens de origem indígena, no fundo do deserto? Pelos mesmos objetos de consumo oferecidos em Xangai, no Rio de Janeiro e em Paris. O que vale sua cultura de origem em relação a esse culto de objetos? Nada.
ISTOÉ -
Como a estética está ocupando o lugar da ética?
CHARLES MELMAN -
O número de jovens que querem fazer teatro é inacreditável, mesmo
os que já têm diplomas profissionais importantes. Por quê? A única maneira
hoje de ser aceito pelos outros é estar em cena, captar os olhares, agradar, ser sedutor, ou seja, a imagem de cada um é que se tornou decisiva para ser aceita e, eventualmente, para ganhar dinheiro. Esses progressos da estética são um ponto positivo da nossa cultura. Por que não? É agradável ver jovens esteticamente cuidados. Mas se torna um problema quando é o principal meio que eles têm para serem admitidos e reconhecidos.
ISTOÉ -
O sr. diz que a corrida à juventude perpétua gera um sentimento de desamparo, de falta de referências, ansiedade e cansaço. Pode explicar melhor?
CHARLES MELMAN -
Nossa nova economia psíquica é muito jovem. As gerações precedentes estão desorientadas pelos novos problemas. Ser jovem é dar testemunho de
que se participa dessa nova moral e inteligência. Mas, em geral, é bastante
difícil se manter nessa posição. Há, portanto, ansiedade no indivíduo pelo medo de não ser mais reconhecido e apreciado. Antigamente as pessoas idosas eram respeitadas por sua sabedoria. Hoje, são rejeitadas pela velhice dos valores morais, que já não interessam.
ISTOÉ -
Quais as influências da publicidade sobre esse novo indivíduo?
CHARLES MELMAN -
Os publicitários são muito inteligentes. Precisam transformar
o objeto de necessidade em objeto de desejo. Sabem que podemos nos desinteressar do objeto de necessidade rapidamente, mas o desejo é
permanente. Quer dizer, quando a publicidade quer vender um iogurte é
preciso apresentá-lo como um produto estranho, enigmático. A publicidade
tem um papel pedagógico, que vai no sentido da liberalização dos costumes.
E as crianças são muito sensíveis às suas mensagens.
ISTOÉ -
O sr. diz que a mídia também tem um papel importante nesse contexto.
CHARLES MELMAN -
Considerável. Como não temos mais grandes textos de referência, a mídia se tornou nosso meio para pensar. Ainda assim, a parte informativa dos jornais diminuiu muito em relação às simples notícias da atualidade. Só interessa ao leitor o que o toca, diretamente ou por ligação afetiva.
ISTOÉ -
A nova psique, segundo o sr. diz, está criando também um novo fenômeno linguístico. Estaria surgindo uma nova língua?
CHARLES MELMAN -
Os jovens se comunicam por torpedos (mensagens eletrônicas via celular) com uma nova escrita, que tende ao desaparecimento das vogais. O privilégio é das consoantes, com uma ortografia completamente livre, fundada na idéia de que o receptor é incapaz de decifrar minha escrita. É uma escrita que inventa cada frase em particular. Acredito que teremos em breve romances escritos com essa nova linguagem. Os efeitos disso ainda não são previsíveis, mas trata-se de um processo divertido e interessante.

Resenha: O Mal Estar na Cultura.


                                                       
Autor: Sigmund Freud
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 192

Freud inicia sua narrativa (tão bem construída, diga-se de passagem) com o questionamento do porquê que os seres humanos veem tanta importância em ser ter uma religião e nas práticas religiosas. É preciso destacar aqui que o livro não é uma crítica ao Cristianismo ou a essa ou aquela religião (como é no caso de "O Anticristo" de Nietzsche), mas sim um ensaio sobre a psique humana e o que leva cada indivíduo a ter esses tipos de pensamentos religiosos.

O livro não gira em torno somente de questões religiosas, e sim é um estudo propriamente dito dos processos culturais que têm influência sobre os seres humanos e que nos moldam de acordo com a sociedade e o meio em que estamos inseridos. Freud argumenta que a cultura em si é prejudicial a nós, uma vez que os homens pré-históricos (por não possuírem uma cultura no sentido estrito da palavra), poderiam ser considerados mais felizes, pois não tinham de se preocupar em seguir o senso comum, imposto por processos culturais que culminam na construção de característica próprias dessa ou daquela cultura.

Quem não está acostumado a ler Freud ou nunca leu nenhum livro dele, sentirá alguma dificuldades quanto a expressões e termos psicanalíticos usados pelo autor ao decorrer do livro. Por isso, esse é um livro que necessita de um conhecimento prévio do leitor acerca dos termos básicos da psicanálise proposta por Freud. Não posso dizer que o livro é de fácil compreensão, porque não é. É aquele tipo de livro que mexe com seu âmago e te faz questionar, filosofar e pensar muito.

Entretanto, a narrativa de Freud, quando levada a sério e com concentração, flui facilmente de certa maneira. Em alguns trechos, podemos ter a impressão de que estamos lendo algum livro de literatura, tamanha a facilidade com que o autor consegue comunicar-se com o leitor. Porém, há partes que necessitam de várias releituras para serem de fato compreendidas. 

No final das contas, para Freud, a religião seria como se fosse um "mecanismo" para deturpar a realidade e que os seres humanos usam como algo que é capaz de esconder a sofrível realidade, meio que cegando-nos.

Jantares inteligentes


Jantares inteligentes



Texto de Luiz Felipe Pondé publicado originalmente na Folha de S.Paulo
VOCÊ JÁ foi a um jantar inteligente? Jantares inteligentes são frequentados por psicanalistas, artistas plásticos, músicos, atores, jornalistas, publicitários (com a condição de falar mal da publicidade), médicos (esses porque, como é sempre chique ser médico, não se dispensa médicos nunca), produtores, “videomakers”, antropólogos, sociólogos, historiadores, filósofos.
Administrador de empresa não pega bem (a menos que tenha um negócio sustentável). Engenheiros, coitados, só vão se forem casados com psicanalistas que traduzem pra eles esse mundo de gente inteligente.
Advogados podem ir porque é sempre necessário um cínico inteligente em qualquer lugar. Pedagogas, só se casadas com esses advogados e por isso talvez consigam bancar amizades chiques assim.
Ricos são sempre bem-vindos apesar de gente inteligente fingir que não gosta de dinheiro. Pobre só se for na cozinha, mas são super bem tratados. Claro, tem que ter um amigo gay feliz.
Essa gente é descoladíssima. Seus filhos estudam em escolas de esquerda, claro, do tipo que discute o modelo cubano de economia a R$ 2 mil por mês.
Quando viajam ficam em lugares que reúne natureza “pura”, tradição (apenas como “tempero do ambiente”) e pouca gente (apesar de jurarem ser a favor da democracia para todos, só gostam de passar férias onde o “povo” não vai).
Detalhe: é essencial achar todo mundo “ridículo” porque isso faz você se sentir mais inteligente, claro.
Quanto à religião, católica nem pensar. Evangélicos, um horror. Espírita? Coisa de classe média baixa. Budista, cai muito bem. Judaica? Uma mãe judia deixa qualquer um chique de matar de inveja. Judaísmo não é religião, é grife.
Mas o que me encanta mesmo são as “atitudes” que se deve ter para se frequentar jantares inteligentes assim. Claro, não se aceita qualquer um num jantar no qual papo cabeça é o antepasto.
Quer saber a lista de preconceitos que pessoas inteligentes têm? Qualquer um desses “gestos” abaixo você pode ter, que pega bem com comida vietnamita ou peruana.
1) A Igreja Católica é um horror e o papa Bento 16 é atrasadíssimo. Claro que não vale ter lido de fato nada do que ele escreveu;
2) Matar Osama bin Laden sem julgamento foi um ato de violência porque terroristas são pessoas boazinhas que querem negociar a paz em meio a criancinhas;
3) Ter ciúmes é coisa de gente mal resolvida;
4) Se algum dia um gay lhe cantar e você se sentir mal com isso, você precisa rever seus conceitos porque gente inteligente nunca tem mal-estar com coisas assim;
5) Se seu filho for mal na escola, minta. Se alguém descobrir, ponha a culpa na professora, que é mal preparada pra lidar com crianças como seus filhos, que se preocupam com as baleias já aos 11 anos e discutem a África no Twitter;
6) Caso leve seus filhos à Disney, não conte a ninguém, pelo amor de Deus!;
7) Acima de tudo, abomine os Estados Unidos, ache Obama ótimo e vá à Nova York porque Nova York “não são os Estados Unidos”;
8) Não seja muito simpático com ninguém porque gente simpática é gente carente e gente assim procura “eye contact” em festas. Um conselho: olhe sempre para um ponto no horizonte. Assim, se alguém falar com você, ela é que é carente;
9) Ache uma situação para dizer que você conhece uma cidadezinha no sul da Itália e lá ficou hospedado na casa de uma amiga brasileira casada com um italiano que defende o direito dos imigrantes africanos e odeia Silvio Berlusconi;
10) O ideal seria se você tivesse passaporte italiano também;
11) Se alguém falar pra você que não dá para pagar direitos sociais e médicos para imigrantes ilegais na Europa, considere essa pessoa um “reacionário de direita”, mesmo que você não aceite sustentar alguém que não seja você mesmo e sua família (no caso da família nem sempre, claro);
12) No conflito israelo-palestino, não tenha dúvida, seja contra Israel, mesmo que morra de medo de ir lá e não tenha lido uma linha sequer sobre a história do conflito;
13) Se você se sentir mal com a legalização do aborto, minta;
14) Deixe transparecer que só os outros transam pouco;
15) Seja ateu, mas blasé.


Beijo no pescoço é “senha de acesso”, diz terapeuta


Beijo no pescoço é “senha de acesso”, diz terapeuta



Crédito: Sxc - Divulgacão
Sim, o beijo fala. Pode ser longo e apaixonado, como se dissesse que o mundo lá fora pode parar; um selinho rápido, como se pedisse permissão para chegar mais perto; ou uma beijoca básica no rosto mostrando amizade. A simples descrição desses três tipos de beijo conta muito sobre o que acontece – ou ainda pode acontecer – entre você e seu amor.
Para dizer quanto, a redação do Terra conversou com a terapeuta conjugal Claudya Toledo, autora do livro Sexo e Segredo dos Casais Felizes, e analisou sete tipo de beijos. Ela garante: “o beijo é o termômetro de uma relação”.
Selinho
Ainda que discreto, o beijo de estalinho pode ser marcante. Quem já ganhou, sabe: pode ser a porta de entrada para um contato prolongado entre duas pessoas. Claudya explica que esse é um beijo “acordador”. Isso acontece porque o simples toque de lábios é o primeiro contato sexual e, ainda que não seja muito íntimo, deixa no ar a promessa de que muitos beijos virão pela frente.
Beijo no rosto
O típico beijo de amigo. Pode ser um jeito de demonstrar carinho ou simplesmente uma forma de cumprimento. Se você tiver segundas intenções com ele, a terapeuta orienta a ficar atenta a outros sinais e movimentos do corpo. Ops! O beijo vez por outra dá um pequeno escorregão para os lábios? Sinal de que próximo passo deve ser seu.
Beijo na mão
Não é muito comum hoje em dia. No passado, um homem beijava a mão de uma mulher casada quando queria demonstrar respeito e admiração. A prática, porém, é pouco divulgada. Se vocês já estão juntos há mais tempo e têm intimidade, Claudya dá a dica para aproveitar as mãos da melhor maneira. “A palma da mão esquerda é o chacra do coração. Beijar e girar a língua nessa região estimula a sensualidade e causa arrepios”.
Beijo de esquimó
É quando os dois esfregam os narizes simultaneamente, da esquerda para a direita (ou vice-versa). Esse gesto pode ser feito com qualquer pessoa que você tenha afinidade. “É um mimo que mostra carinho entre o casal, mas pode ser feito entre amigos. Não vejo problemas”, afirma a terapeuta.
Beijo de língua
Esse tipo de beijo pode ter mais de um significado. E Claudya avisa que não há regras, cada um tem a sua: “todo casal tem um cardápio de beijo. É uma linguagem individual que a gente desenvolve com o tempo. Assim, você descobre quando recebe um beijo amoroso ou quando recebe um beijo sensual”. Vale lembrar que o segredo aqui é manter a magia. A melhor forma de saber se vocês continuam se dando bem é perceber se essa sintonia do beijo é a mesma de quando vocês se conheceram.
Beijo no pescoço e na orelha
O beijo no pescoço e na orelha não deixa margem para dúvida. São duas preferências sexuais, de acordo com a terapeuta. Ela explica ainda que a senha de acesso sexual do homem é visual e da mulher é auditiva. Então, rapazes, atenção, elas adoram ouvir alguma coisa ao pé do ouvido. Sendo assim, receber um beijo no pescoço e na orelha é a forma mais clara de mostrar que ele a deseja. Ok, ok. Mas sem deixar marcas, tá?
Beijo na testa
Se o gato beijou sua testa, quer dizer que tem respeito e confia em você. O que, claro, é bom sinal, mas não quer dizer que ele está na sua. Esse é um gesto cultural, feito pelos noivos antes da celebração do casamento.
Fonte: Terra

Pessoas conseguem viver sem banho, sexo e álcool, mas não sem internet


Estudo: Pessoas conseguem viver sem banho, sexo e álcool, mas não sem internet


O que é melhor do que sexo, cerveja ou chocolate? Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Daily Mail, nenhum dos dois: a resposta é internet.
Um estudo do Boston Consulting Group envolvendo 20 mil pessoas em países do G20 apontou que mais de 20% dos entrevistados deixaria de fazer sexo se essa fosse a condição para continuar online.
A pesquisa, que questionava do que as pessoas abririam mão para se manterem conectadas à web por um ano, teve 73% de respostas indicando preferir ficar sem bebidas alcóolicas, e a mesma quantidade abandonando o chocolate. Outros 43% preferiam não praticar exercícios.
O estudo apontou que ficar sem GPS, para 84% das pessoas, e sem fast food, para 83% delas, são os maiores “sacrifícios” em prol da internet, na situação hipotética. Nos Estados Unidos, os entrevistados abandonariam também álcool, chocolate e sexo antes de deixar o carro para trás (10%) – ao menos o banho vem depois disso, com 7%, mesma média global.
No Brasil, 78% das pessoas desistiriam do GPS, 76% deixariam de beber e 72% abririam mão de fast food. As abstinências seguintes seriam café (60%), chocolate (59%) e exercícios físicos (43%). O carro (24%) vem na sequência, sexo é a oitava opção, com 12% dos votos, e banho é a nona, com 8%.
Entre outras preferências nacionais, vale destacar que a Indonésia é o país onde o álcool é a primeira opção (89%), deixando para segundo e terceiro lugares o banho e o chocolate (78%). O doce é o topo da lista na Coreia do Sul (84%). No Japão, 56% abdicariam do sexo.
Fonte: D24am


Polanski trata da hipocrisia humana em ‘O Deus da Carnificina’


Polanski trata da hipocrisia humana em ‘O Deus da Carnificina’

Publicado  em: 10/06/2012
Luiz Zanin Oricchio
O plot da peça de Yasmina Reza é desenvolvido de forma brilhante. Há uma briga entre garotos, um deles é ferido pelo outro. Os pais do menino machucado vão à casa dos pais do agressor para tirar satisfação. O que se segue desse sinuoso encontro entre as quatro pessoas, na verdade, fornece uma radiografia detalhada do estado moral da nossa sociedade. A peça foi encenada em vários países, inclusive no Brasil, sob direção de Emilio de Mello, com Paulo Betti, Julia Lemmertz, Orã Figueiredo e Deborah Evelyn.
Filmado por Roman Polanski, Carnage, ou O Deus da Carnificina, refere-se ao mesmo texto de Yasmina. Os atores são da pesada: Christopher Waltz, Kate Winslet, John C. Reilly e Jodie Foster. Grande time, que produz ótimo resultado. Apesar de não disfarçar a origem teatral, Polanski evita a armadilha do teatro filmado. Usa a câmera para imprimir a sua escrita cinematográfica e nunca a deixa parada, como um olho mágico a assistir algo que se dá num palco.
Fora disso, inclui uma ou outra cena que não se observa na montagem teatral. Por exemplo, assistimos, no início, com uma tomada bastante distante, à agressão do garoto. Há depois um desfecho surpreendente, que não existe na peça. Com isso, ele não a distorce, mas acrescenta algo. Além disso, Polanski usa os movimentos de câmera para colocar pontos de vista múltiplos, coisa impossível de fazer no teatro, pelo menos usando esse recurso visual.
O que tem seduzido plateias mundo afora, e agora o filme deve fazer o mesmo, é a progressão paradoxal do encontro de casais. Existe algo de muito refinado na maneira como se encontram para discutir uma reparação à briga dos garotos, mas o que acontece é um desgaste da polidez e a queda progressiva na barbárie dos relacionamentos humanos.
As conversas entre os quatro são constantemente interrompidas pelo celular de Alan (Christopher Waltz), advogado de uma multinacional farmacêutica acusada de vender remédio para cardíacos que produz efeitos colaterais. Sua mulher, Nancy (Kate Winslet) é uma dondoca de nariz em pé, que se acha melhor do que os outros. Penelope (Jodie Foster) é uma dona de casa vagamente interessada em arte e seu marido, Michael (John C. Reilly), parece um simplório vendedor de produtos domésticos.
Nada é tão claro ou tão linear. Visto de perto, ninguém é normal, afirma um filósofo do cotidiano brasileiro, e essas primeiras impressões vão se contradizendo, negando-se, alterando-se em contato com as outras. Pouco a pouco, vamos sendo levados para perto do coração selvagem, esse núcleo de instintos pouco civilizados, núcleo da nossa natureza.
Nem é preciso dizer que o tema de entrelinhas de Deus da Carnificina é a hipocrisia. Todos são capazes de pensamentos politicamente corretos, mas também se mostram dispostos a usar as armas mais baixas e letais quando se trata de defender o interesse próprio. Pode-se dizer isso das pessoas comuns, que tentam resolver um conflito entre os filhos ou entre países que começam uma guerra. Pode também ser visto como um comentário sobre a dupla moral e de como perspectivas éticas se mostram flexíveis para defender interesses. Ocupa-se para libertá-lo de uma tirania. Mandar uma pessoa para uma instituição “para o seu próprio bem”. Enfim, tanto como as emoções, o sentimento moral do homem parece ambíguo o suficiente para acomodar interesses diferentes.
Polanski trabalhou na versão de Deus da Carnificina para cinema durante a sua prisão domiciliar na Suíça, acusado de abuso de menor nos EUA. O curioso é que toda essa discussão ética e política pode ser colocada em termos cômicos. Deus da Carnificina pode ser muito engraçado, mesmo que o riso tenha como fronteira a dor de constatarmos nossa humana fragilidade.
Fonte: O Estadão

“Root Raters”, a perigosa moda de comentar encontros sexuais na internet


“Root Raters”, a perigosa moda de comentar encontros sexuais na internet

Publicado  em: 28/06/2011
Exposição de adolescentes na rede preocupa pais, professores e a polícia
Sydney – Os chamados “Root Raters”, páginas das redes sociais criadas na Austrália e utilizadas para pontuar e comentar um encontro sexual, tornaram-se uma potencial ferramenta de difamação entre adolescentes.
A consultora em segurança na web Susan McLean explica à Agência Efe que “aparentemente este fenômeno teve origem na Austrália ou é predominantemente australiano” e foi inspirado nas conversas picantes que circulam no Facebook e em outras redes sociais similares.
Os usuários destas páginas podem dar anonimamente uma pontuação de 1 a 10 a um encontro sexual ou “root” (uma gíria vulgar australiana) e inclusive podem emitir opiniões humilhantes sobre o tamanho dos órgãos genitais e a aparência de certas partes do corpo.
Na Austrália, por exemplo, o “Root Rater” no Twitter convida os usuários a “compartilhar” um encontro “fantástico” identificando a pessoa e sua cidade, além de dar uma pontuação e detalhes do ato mediante o anonimato de quem comenta.
“Tamanho decente (do pênis)”, “grande traseiro” e “nota 9 porque não foi suficiente” estão entre os comentários mais moderados feitos neste tipo de páginas que aparecem e desaparecem rapidamente porque muitas vezes são fechadas pelas próprias redes sociais ou denunciadas às autoridades.
Centenas de adolescentes na Austrália visitaram e deixaram seus comentários nestas páginas que surgiram há poucos meses e tendem cada vez mais a se concentrar em uma região geográfica pequena, como uma escola ou um bairro.
Os escândalos em torno dos “Root Raters” se sucedem na Austrália e preocupam pais, professores e autoridades.
Nesta semana foi fechado um destes sites nos balneários do norte de Sydney que já contava com 1,2 mil usuários, entre eles alunos de várias escolas da região, informou o jornal “Sydney Morning Herald”.
Neste “Root Rater” há comentários de uma adolescente com “muitos pelos” e de outra “sempre disposta” a fazer sexo, o que motivou a diretoria das escolas a abrir uma investigação sobre o caso.
Apesar da crueldade e da vulgaridade dos comentários, quase dois terços do que os adolescentes publicam nos “Root Raters” é “remotamente verdade”, afirma McLean, que foi a primeira agente da Polícia do estado australiano de Victoria a se especializar em segurança na internet.
Muitos dos jovens não tiveram os encontros sexuais que relatam nas redes, mas divulgam nomes e fotos com o fim de ferir e humilhar as vítimas dos comentários, destaca a especialista.
O jornal “The Northern Star” publicou neste mês o caso de Renee Joslin, uma jovem de 18 anos, que fez uma dura crítica sobre este tipo de atividades no site “Lismore Root Rater” e, em dez minutos, já havia comentários sobre seus atributos sexuais.
Tanto as autoridades australianas quanto os especialistas advertem que aqueles que fazem comentários nestas redes sociais podem ser acusados de difamação, assédio sexual ou punidos por violar uma lei federal sobre o uso de internet para ameaçar, ofender ou intimidar uma pessoa.
Os adolescentes, cada vez mais imersos no uso das novas tecnologias, passam a utilizar este tipo de páginas de forma “impulsiva” e “instantânea”, enquanto os adultos consideram que esta atividade pode ser “divertida”, avalia McLean.
Fonte: Exame

A construção subjetiva infantil segundo Melanie Klein


A construção subjetiva infantil segundo Melanie Klein

Publicado  em: 

    Como ocorre o desenvolvimento infantil segundo Melanie Klein? Na psicanálise construída por Melanie Klein encontramos o conceito de posição, tal conceito remete a forma de como se constitui a subjetividade do bebê, e para Klein existem duas formas de constituição da subjetividade ou duas posições, que acontecem de forma processual. Tais posições podem ser denominadas de posição esquizo-paranóide e posição depressiva.
A posição esquizo-paranóide inicia no nascimento até os seis meses de idade. Na posição esquizo-paranóide o desenvolvimento do eu é determinado pelos processos de introjeção e projeção. A primeira relação objetal do bebê ocorre com o chamado seio amado e odiado – seio bom ou seio mau. Os impulsos destrutivos e a angústia persecutória encontram-se no seu apogeu, assim como os processos de divisão, onipotência, idealização, negação e controle dos objetos internos e externos.
Segundo Melanie Klein a defesa primordial é a clivagem, o seio é o objeto primordial e será dividido em seio bom e seio mau, ou num bom objeto que o bebê possui e num mau objeto que está ausente, como mãe nunca está sempre presente na vida bebê para amamentá-lo ela se torna ausente e o bebê com isso inaugura o processo de clivagem em sua subjetividade. Ele percebe o seio como “bom” porque o amamenta e como “mau” porque se ausenta.
Como se percebeu, o bebê nessa fase se relaciona com objetos parciais, o seio bom e mau, um objeto ideal e outro persecutório. Porém, o objeto mau é projetado para fora do bebê como sendo perseguidores e destruidores do objeto bom. Nessa fase vemos a existência de uma angústia persecutória, então a meta da criança nessa fase é de possuir o objeto bom e introjetá-lo e também de projetar o objeto mau para fora e assim evitar os impulsos destrutivos.
Num segundo momento, se desenvolve a posição depressiva, ela inicia aos seis meses de idade, nesse momento a relação do bebê com o mundo externo se torna mais diferenciada, aumentando sua capacidade de expressar emoções de se comunicar com as outras pessoas.
Nesse momento, o bebê reconhece a mãe como um único objeto, ou seja, o bebê começa a reconhecer a mãe como uma pessoa total com existência própria e independente, fonte de experiências boas e más. A criança compreende pouco a pouco que é ela quem ama e odeia a mesma pessoa, sua mãe, e assim inaugura a experiência do chamado sentimento de ambivalência.
Agora o bebê percebe que antes temia a destruição do seu objeto amado por perseguidores e agora ele teme que essa sua agressão possa destruir o objeto ambivalentemente amado e odiado. Sua angústia deixa de ser paranóide pra ser depressiva. E assim começa a se originar sentimentos de culpa e luto, como afirmar Melanie Klein.
Com isso se inicia um processo de reparação dessa relação objetal ambivalente. É com esse processo de reparação desse luto e culpa é que será a melhor saída da posição depressiva. Esse processo se dá com a aceitação da perda de parte do objeto, ocorrendo essa condição o bebê poderá restaurá o objeto amado, porque somente assim ele poderá reparar o desastre ocorrido e assim preservar o objeto amado de outros ataques dos objetos maus, esse processo de superação e reparação, segundo Melanie Klein, é o chamado de trabalho de luto.
Através da aceitação da perda é que o bebê passa a trabalhar saudavelmente a construção de sua subjetividade.
E de acordo com Melanie Klein, nós sempre estaremos vivendo as posições esquizo-paranóide e depressiva ao decorrer de nossas vidas, sempre de forma alternada, segundo a psicanálise kleiniana, essas são as únicas formas de se viver a angustiante e terrível vida humana.
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

COSTA, Teresinha. Psicanálise com crianças. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2007.
NASIO, J. –D. Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 1995.
Cleison Guimarães é aluno do 5º período da graduação do curso de Psicologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE. Além de estudante é escritor iniciante. Ele mantém um blog – cleisonguimaraes.blogspot.com. No seu blog você pode encontrar contos de sua autoria, dicas de música e de outros escritores, pensamentos sobre o cotidiano e relatos de episódios de sua vida. Você também pode encontrá-lo no Twitter – twitter.com/cleisonguiraes. Ele também é colunista da revista on-line Gosto de Ler, onde ele escreve contos e indica leituras de romances, nesse link você poderá ler suas matérias:http://www.gostodeler.com.br/curriculo/464/cleison_guimaraes.html