quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cérebro zen



Cérebro zen


meditação. [Do lat. meditationeS. f. 1. Ato ou efeito de meditar; concentração intensa do espírito; reflexão. 2. Oração mental, que consiste sobretudo em considerações e processos mentais discursivos, e que se opões à contemplação.
Mesmo quem nunca experimentou já ouviu falar nos benefícios obtidos pela prática da meditação. Além da calma e relaxamento, quem medita há muito tempo alcança um controle da mente que possibilita escapar a pensamentos obsessivos e negativos, no que poderíamos chamar de “transcendência”.
Com o objetivo de descobrir qual o segredo “fisiológico” por trás de tão boas sensações promovidas pela técnica, e motivados pela idéia de aproveitá-la como aliada em alguns tratamentos, os neurocientistas têm se debruçado cada vez mais nos estudos sobre a meditação.
O que a pesquisa nesta área mostra é que a meditação de fato diminui a ansiedade, a depressão, a raiva e a fadiga, e melhora a atenção. Os praticantes de meditação parecem ter maior habilidade em cultivar emoções positivas e de deter a instabilidade emocional, evitando pensamentos ruminantes que podem, por sua vez, aumentar a ansiedade e a depressão. Alguns estudos indicam até mesmo um fortalecimento do sistema imunológico.
Além do “domínio mental”, o controle da respiração é fundamental para a prática da meditação, e parece ser obtido pela ativação sistema nervoso parassimpático, o que produz sensação de relaxamento e de quiescência profunda. Esta calmaria parece ser reforçada pela redução da produção do cortisol, hormônio ligado ao estresse.
Outros hormônios que se mostram sensíveis à prática da meditação são a arginina vasopressina (AVP) e a beta-endorfina (Deshmuskh, 2006). O aumento da liberação de AVP tem sido associado à manutenção de um efeito positivo, com a diminuição da percepção da fadiga, e à facilitação da consolidação de novas memórias, enquanto se atribui ao aumento de beta-endorfina uma menor percepção de dor e medo, e sensações de alegria e euforia. Os níveis de serotonina parecem ser moderadamente afetados durante a meditação, sendo que o aumento deste neurotransmissor, que tem efeito sedativo e calmante, também se correlaciona com um efeito positivo da técnica – assim como acontece com os inibidores de recaptação de serotonina, que aumentam o tempo que a serotonina pode atuar produzindo seus efeitos e fazem parte do tratamento farmacológico da depressão. Ao que tudo indica, portanto, deve haver benefícios em combinar a meditação consciente e intervenções de terapia cognitiva no tratamento da depressão crônica ou recorrente em comparação com o tratamento convencional.
Dados reunidos por Deshmukh, num artigo de 2006, mostram ainda que áreas como hipocampo, lobo temporal e o córtex parietal estão mais ativas no cérebro de praticantes da meditação, em comparação com os não-praticantes, durante testes que avaliam a atenção.
Um estudo de Brefczynski-Lewis e colaboradores feito em 2007 com pessoas com que meditavam há mais horas, em comparação com indivíduos que meditavam há menos tempo e com aqueles que meditaram apenas uma semana antes dos testes comportamentais, indica que o tempo de prática também influencia nos resultados obtidos. Os praticantes em nível médio tiveram maior ativação das áreas que controlam a atenção do que os novatos. Já os experts tiveram menor ativação destas áreas, indicando uma menor necessidade de recrutamento das redes neuronais para manter o mesmo nível de atenção.
Quando desafiados com um som para distrair a atenção, os praticantes experientes, em relação aos novatos, tiveram menor ativação em áreas relacionadas ao pensamento discursivo e às emoções, e maior em regiões relacionadas à atenção e à inibição da resposta. Parece haver uma otimização dos circuitos neuronais, resultando num estado mental menos ativo cognitivamente, mais quieto.
Vale lembrar que estes benefícios não são atingidos “da noite para o dia”. O grupo de experts acumulava mais de 44.000 horas de meditação, o que equivale a mais ou menos 4 doutorados – 16 anos – com dedicação diária de 8 horas do seu dia. O grupo de expertise média, em comparação, teria em sua bagagem 3 “mestrados” em meditação, somando 19.000 horas de prática.
Dá trabalho. Mas, neste ponto, imagino que até os mais céticos estejam entoando o ohmmmmmm... (LSBP, maio 2009)

Fontes:
Deshmukh V (2006). Neuroscience of meditation. TSW Holistic Health & Medicine 1, 275-289.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

A SAMAMBAIA E O BAMBU


A SAMAMBAIA E O BAMBU


Autor desconhecido.
Adaptação Nara Rúbia Ribeiro.
Certo dia, senti-me totalmente derrotado e vencido. Nada fazia sentido: o mundo, a vida, meu trabalho, nada. Decidi que pularia de uma ponte situada no outro lado da cidade. Escrevi uma carta aos meus familiares e caminhei em direção à ponte.
No caminho, necessitei atravessar um bosque. Avistei, ali, uma pequena fonte d’água e parei para contemplar a que seria, talvez, a última beleza a ser vista em minha existência. Junto à fonte, num banco já desgastado pelo tempo, um indigente me olhava com muita atenção.
Estava a poucos passos de mim e fez um gesto para que me aproximasse dele. – O que se passa com você, meu jovem? – ele perguntou com um ar sereno, embora preocupado. – Decidi terminar com tudo hoje. Nada, para mim, funciona. Sou o homem errado para esse enredo de vida que alguém me escreveu.BAMBU 2
Sua resposta me surpreendeu: “Olhe em redor. Você está vendo a samambaia e o bambu?”
“Sim, estou vendo”, respondi.
“Pois bem, a Vida se encarregou de semear, a um só tempo, as samambaias e o bambu. A ambos não faltaram água, luz, seiva… A samambaia cresceu rapidamente. Seu verde brilhante cobria o solo. Porém, da semente do bambu nada saía.
Apesar disso, a Vida não desistiu do bambu. No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa. E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu. Mas, a Vida não desistiu do bambu.
No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa. Mas, no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra. Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno, até insignificante.
Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 5 metros de altura.
Ele ficara cinco anos afundando raízes. Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver.
Essa dor que você sente e aparenta ser sem propósito, ao longo de todos esses anos, é, na verdade, o rasgo de suas raízes. Elas estão se tornando mais profundas aí dentro.
A Vida não desiste nunca. Não é correto comparar-se a outros. Sua trajetória é única. Seria justo desistir da Vida? Desistir justamente de quem provê aquilo de que você mais necessita para contemplar, em breve, a existência de um lugar mais perto do céu?
Baixei a cabeça e, com olhos marejados, procurei alguma palavra para dizer àquele desconhecido maltrapilho. Quando levantei o rosto, percebi que não precisava dizer mais nada. O indigente não estava mais ali e, sinceramente, nem posso precisar se aquele homem um dia existiu.

BAMBU
Sagano Bamboo Forest é uma linda floresta de bambu, que cobre uma área de aproximadamente 16 Km2, localizada em Arashiyama 30 minutos de Kyoto no Japão.

domingo, 17 de maio de 2015

8 coisas para fazer sem WhatsApp


8 coisas para fazer sem WhatsApp

Tivemos uma ligeira parada cardíaca quando descobrimos que o WhatsApp pode sair do ar no Brasil inteiro por uma ordem judicial, como o Brasil Post disse para você ontem.


Surgiu a pergunta inevitável: O que podemos fazer sem WhatsApp?
A gente não sabe o motivo para isso acontecer, mas calma, sem desespero. Existe vida além do aplicativo. As provas disso estão abaixo.
1. Coloque as leituras em dia.



2. Sua lista de filmes e séries também espera por você.



3. Faça de sua cozinha o lugar mais prático de sua casa.



4. Veja o mashup de 'Shake It Off', da Taylor Swift, com um incrível vídeo de aeróbica dos anos 1980.



5. Dê risada com o Tumblr de Kim Jong-un, ~ditador supremo da Coreia do Norte~, observando objetos e cenas.
kim


6. Mate suas saudades dos Backstreet Boys, afinal, eles voltarão ao Brasil ainda neste ano.



7. Que tal você ter uma foto sua publicada no livro do Instagram?


8. Ou migre para o Viber logo.
(Atualização: Segundo reportagem do caderno Link, do Estadão, nesta quinta-feira, dia 26, a decisão foi derrubada pelo desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí.)

4 sites para você criar o seu próprio livro de colorir DE GRAÇA e desestressar (FOTOS)

4 sites para você criar o seu próprio livro de colorir DE GRAÇA e desestressar (FOTOS)

A falta de lápis de cor no mercado brasileiro prova que, realmente, colorir não é só para crianças, não. Mas um lado controverso também aparece: com a febre pelos títulos "Jardim Secreto", "Floresta Encantada" e outros livros de colorir, fica comprovado que qualquer saída plausível para se livrar do estresse é válida - já que quase-todo-mundo vive refém dele no dia a dia.
E que tal fugir mais ainda "dele"? A ideia é não ir ao shopping, não pegar filas, usar os lápis de cor antigos esquecidos em casa e, claro, gastar menos. Eis 4 opções de sites com mandalas, animais e outras figuras (até do famoso livro de Johanna Basford) para imprimir, colorir, praticar a atenção plena e exercitar a criatividade por algum tempo:
  • PrintMandala.com
    Reprodução/printmandala.com
    No site PrintMandala.com você encontra esta mandala acima e outras opções para colorir. Um dos primeiros psicólogos a aplicar o colorir como técnica de relaxamento e de interpretação da mente foi Carl G. Jung, no começo do século 20. Ele usou com mandalas: desenhos circulares com formas concêntricas, similares aos rosetões das igrejas góticas, que têm origem na Índia. Bônus: uma mandala é um símbolo sagrado no Hinduísmo e Budismo, feita a partir de um "ninho" de quadrados e círculos, que representa o cosmos ou o universo.
  • TheGuardian.com
    Reprodução/Jardim Secreto/Johanna Basford
    Febre! É esta palavra que pode resumir a alta procura pelos livros da designer Johanna Basford, "Jardim Secreto" e "Floresta Encantada". O jornal britânicoThe Guardian disponibilizou 5 desenhos do primeiro livro da coleção para você baixar, imprimir e colorir em casa sem-pagar-nada. Não é demais? Se você gostar MUITO pode até pensar em comprar. Aqui tem opções para você se inspirar.
  • Pinterest.com
    Reprodução/pinterest.com
    Se você é fã do Pinterest, compartilha imagens incríveis no seu "board" e também quer começar a colorir, experimente clicar aqui ou fazer uma outra busca na rede social por imagens como esta usando as palavras-chave em inglês: "coloring mandalas" ou "mandala printable". É garantido!
  • SuperColoring.com
    Reprodução/supercoloring.com
    O site é totalmente em inglês, mas isso não atrapalha a usabilidade dele. E a temática natureza é a lei. Desde insetos até cenários e figuras relacionadas à ciência estão disponíveis para imprimir e colorir no Super Coloring.

Entrevista com um g0y, um homem com particularidades

Entrevista com um g0y, um homem com particularidades


BROKEBACK

Há um pouco mais de um mês tomei conhecimento do movimento g0y ao ler um post, escrito por James Cimino para o site Lado Bi, sobre uns "caras que amam a masculinidade, mas que rejeitam o rótulo de gays". Logo depois disso, outros veículos online LGBT publicaram matérias a respeito do assunto, divulgando o ideário do movimento contido no site norte-americano G0ys.org e no brasileiro Hetero G0y, até que, na última semana, a grande mídia brasileira popularizou o assunto. Não demorou muito para que surgissem opiniões diversas sobre o novo termo, que define uma maneira antiga de se viver as relações homoafetivas.
Em meio a tantos conceitos, fiz uma pesquisa nas muitas comunidades g0ys que existem no Fecebook e me deparei com o universitário Joseph Campestri, de 30 anos, que se identifica na rede como divulgador do movimento - tendo, inclusive, seus posts sendo citados em diferentes comunidades g0ys do Brasil como referência de conceito do termo. Campestri, que estuda sociologia, é de Belém-PA e vive atualmente em Brasília-DF, de onde faz o trabalho dedicado de divulgação da filosofia g0y em vários grupos, tanto norte-americanos quanto brasileiros. É tão dedicado à "causa", que criou a bandeira g0y, que tem sido adotada ao redor do mundo por homens que se identificam com os mesmo princípios da comunidade.
Ao longo de um entrevista, realizada no último dia 18 de abril, o paraense, que preferiu não revelar seu nome verdadeiro, procura esclarecer com suas respostas as dúvidas que surgiram ao longo da última semana a respeito da identidade g0y. Campestri esmiúça como se dão as relações g0ys dentro de seus limites rígidos de afetividade e liberação sexual. Fala dos papéis do homem e da mulher dentro da sociedade e qual o posicionamento do g0y diante dos atuais conceitos das relações homoafetivas. A conversa trouxe ainda uma observação importante concernente a diferença entre o participantes do movimento g0y nos Estados Unidos - onde se originou a termo - e os brasileiros que já começam a exercer um olhar mais amplo e liberal sobre os estatuto do movimento, mais alinhado a nossa realidade policultural.
Ao ler a entrevista, é importante que tenhamos em mente o que o psicólogo Gilmaro Nogueira, mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) - autor de um artigo esclarecedor - me disse em uma conversa sobre a temática. "Como uma contestação da heterossexualidade naturalizada, tradicional, que supõe que ser homem é necessariamente ter atração sexual por mulheres, g0ys e outros termos são tentativas de nomear uma diversidade de experiências que extrapolam as identidades tradicionais: hetero e homo".
Primeiro, como se pronuncia 'g0y' em português?
De duas maneiras, soletrando g-0-y (gê-zero-ípsilon) ou gói. A escrita mais comum é g0y ou g-zero-y.
O que você sabe a respeito da história do movimento e quando tomou contato com a filosofia? 
Pelo que tomei conhecimento, esse movimento tem origem nos Estados Unidos e tomou forma a partir dos ano 2000, melhor dizendo, a filosofia, o movimento é mais recente, mas não saberia precisar a data. Eu conheço a filosofia g0y desde abril/maio de 2011, como você pode checar em meu perfil. E me identifiquei pelos dois pontos motrizes da filosofia, o primeiro é o apreço e a preservação da própria masculinidade e o segundo é não sentir necessidade ou inclinação ao sexo anal.
Ao defender esses pontos, você acredita que os norte-americanos são mais ortodoxos que os brasileiros?
Depende do contexto, do ponto de referência. Não há nada de radical ou bastante intenso em defender os princípios da filosofia g0y. Nós vivemos no Brasil, cultura mais diversificada, várias crenças e religiosidades, somos mais tranquilos quanto a algumas questões. Para nós brasileiros, os estadunidenses podem ser vistos como radicais. Para os estadunidenses, os brasileiros podem parecer muito brandos, permissivos e tolerantes. Eles estão dentro da cultura deles, nós estamos dentro da nossa cultura. Os g0ys de lá e os daqui são g0ys e se expressam de modo diferente sobre as mesmas questões.
Você se considera hétero, bissexual ou homossexual?
Considero-me homossexual. É interessante dizer que o movimento foi iniciado por heterossexuais não normativos e que eles são a maioria, entretanto, dentro do movimento a orientação sexual é irrelevante, reconhecemo-nos como g0ys independente se nos relacionamos mais com homens, com mulheres ou com os dois sexos.
E sendo homossexual, você não considera a hipótese de ter um relacionamento com outro homem, nos moldes dos relacionamentos homossexuais de hoje ou mesmo heterossexuais?
Não. Por minhas razões pessoais, a filosofia g0y não influencia as opiniões dos que se reconhecem como g0ys. Identificar-se como g0y é diferente de "converter-se". Identificar-se é ver a semelhança, observar que suas ideias, seus princípios são os mesmos das outras pessoas. "Converter-se" é aceitar algo exterior e que pode ir de contra aos seus princípios. Eu posso sim considerar um relacionamento com outro homem, mas não nos moldes do casamento heterossexual.
E esse molde seria o "bromance" (brother + romance)?
Exato. Há de se reconhecer que em um relacionamento heterossexual há o masculino e o feminino, cada um desempenha seu papel social, tal qual sustenta o ideal popular. Certo? Entretanto, quando se trata de dois homens que mantém seus papéis masculinos, esse "molde" se quebra, não é válido. E sabemos que casamento é outro ponto que não cabe entre dois homens g0ys. Casamento é associado a casal e também a acasalamento. Dois g0ys não poderiam ser considerados um casal, homem e mulher, tampouco acasalarem.
O movimento tem sido classificado por especialistas em sexualidade e ativistas LGBT como machista, homofóbico e misógino. Você reconhece isso como verdade?
São inverdades. Gostaria que os especialistas em vez de classificarem, mostrassem de onde tiraram essas interpretações. Ainda pouco foi dito que a maioria dos g0ys se relacionam sexualmente com mulheres e os que não se relacionam, não são contra as mulheres tampouco à feminilidade. Ser e gostar de ser masculino, apreciar a masculinidade não é ser misógino, não é ser contra as mulheres. Por que não pode ser visto como um pouco de amor próprio? Se uma pessoa usa, por exemplo, uma camisa escrito "100% Negro" era seria racista aos brancos e pessoas de outros tons de pele? Não. Chama-se, amor próprio e apreciação à pele negra. Essa pessoa pode gostar também de sair e namorar pessoas negras, é uma escolha dela, uma preferência e um direito que deve ser respeitado. Desde que essa pessoa não discrimine os outros nem as trate como inferiores. Os g0ys apreciam o masculino e não são melhores do que os outros seres humanos por isso, são seres humanos com qualidades e defeitos, são homens com particularidades.
Mas a substituição do 'A' da palavra 'gay' por um '0', não tem essa conotação de negação a tudo que é gay, ou mesmo, feminino?
Negativo, a substituição do "A" pelo "0" (zero) é um modo de expressar a negação ao sexo anal, A de anal.
Mas dizer que o sexo anal é "sujo", não é uma forma de inferiorização aos gays que o tem como prática?
Rejeita-se a prática sexual e não os praticantes. Também se é contra, por exemplo, ao tabagismo, mas não se caça os fumantes. Contra o alcoolismo, mas não se é contra as pessoa que bebem. Contra as drogas, mas não aos usuários. Lógico que meus exemplos são extremos e nocivos ao ser humano, mas os g0ys veem que biologicamente a penetração anal pode ser prejudicial ao corpo, é só pesquisar. Porém, não se é contra os praticantes que vivem sadios e satisfeitos. É preciso dizer que a filosofia g0y expressa, no site G0ys.org, que também não se pratique o sexo anal com mulheres. Isto é, não se trata de um ataque às preferências sexuais dos gays, apenas um posicionamento de que é desnecessário e irrelevante a prática do sexo anal.
Existe armário para os g0ys ou ele não se preocupam em ser abertamente g0ys?
Os g0ys não vivem em guetos, não estão em armários e não sentem a necessidade de se identificar como tais, eles simplesmente são. Identificar-se como g0y não é algo que precise ser exposto para as outras pessoas, identificar-se como g0y é compreender que há muitos homens que pensam e agem do mesmo modo.
Então sua família, amigos e vizinhos sabem que você "brinca" com outros homens?
E de que esse conhecimento seria relevante na vida dos meus amigos, familiares e vizinhos? Se não se está fazendo algo que me prejudica nem ao outro, se ambos são adultos e responsáveis pelos próprios atos. O que se passa na vida particular de cada um diz respeito, apenas, à própria pessoa.
Como você e os outros g0ys, brasileiros e americanos, encontram seus "brothers"? Essa procura se dá pela internet ou existem outros meios?
Fazemos uma analogia do G-Y com a Geração Y, a geração da Internet. E é justamente através desse instrumento que não apenas os g0ys, mas o mundo inteiro se conecta e procura pessoas com as quais se identificam. Basicamente pela Internet, depois, como todas as amizades bem sucedidas, podem ser combinados encontros sociais para sair do virtual.
Você tem um "brother" ou mais agora?
Sim, eu tenho dois. E todo homem tem um brother, seja esse homem g0y, heterossexual, bissexual ou homossexual ou não.

Bandeira g0y
Assim como movimento gay, os g0ys têm uma bandeira. O que ela significa?
Essa bandeira foi criada por mim, aqui no Brasil, e vem sendo adotada por g0ys de outros países. Não que se vá "levantar bandeira" e fazer uma marcha g0y ou algo do tipo. (risos) Não, a bandeira apenas traz alguns princípios que fazem parte de cada homem que se identifica como g0y. O azul é a cor masculina, e é isto que representa os azuis na bandeira: Azul escuro representa profundidade, intensidade. Azul índigo significa guerreiro por natureza. O branco é a paz, amizade e a cor azul turquesa indica integridade. E importante dizer que o movimento g0y não é um movimento militante, apenas se trata de um grupo que se reconhece e se identifica, uma identidade particular.