terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Intervenção junto a professores da rede pública:potencializando a produção de novos sentidos

Intervenção junto a professores da rede pública:potencializando a produção de novos sentidos

Veruska Galdini e Wanda Maria Junqueira Aguiar
Apresenta uma reflexão sobre o tema formação de professores

Quando falamos em formação de professores, não podemos nos esquecer que a escola é um espaço institucional de mediação. Ela revela relações sociais, políticas, conteúdos de classe, valores e ideologia. É um elemento constitutivo de realidade social. O professor, como ser histórico e social, tem a possibilidade tanto de simplesmente reproduzir concepções e práticas, como de transforma-las.

O espaço institucional é bem conservado, com paredes, carteiras e salas sempre limpas em boas condições de uso. A porta de entrada é sempre voltada para um parque arborizado, mas este utilizado para o uso de tráfico de drogas, estupros e assaltos.

Nas entrevistas feitas, procurou-se identificar como são as relações interpessoais na escola e para retrata-las aqui escolhemos algumas palavras que se repetem nos discursos.São elas: ordem, respeito, autoridade, medo, rigidez, disciplina, indisciplina, rigor, conteúdo e hierarquia.

A proposta pedagógica da escola é formar cidadãos capazes de competir no mercado de trabalho e prepara-los para o vestibular através de padrões rígidos de ensino, da disciplina, da hierarquia e do respeito, bem como do conteúdo ensinado e da cobrança do aprendizado.

Já os pais escolhem as escolas por serem fortes, puxadas, exigentes nos conteúdos e disciplinadora.

Acolhimento e responsabilidade

Os trabalhos feitos junto aos professores mostram o quanto são múltiplos e contraditórios os sentimentos vividos por eles, ou seja, culpa, medo, raiva, impotência, desânimo. O professor é o sujeito que tem a possibilidade de interferir e atuar.

Através do exercício do desenho da árvore, foi demonstrado que o professor se despotencializa, não se vê como sujeito capaz de interferir na realidade, não acreditando que deixa rastros na sua prática. Este movimento acaba o levando a se excluir da relação professor/aluno, como se isto fosse possível.

Apropriação do aluno

É necessário fazer com o professor um exercício de reflexividade sobre o aluno da nossa cultura, do nosso momento, que vive outras necessidades, outros interesses e atribui sentidos diferentes a atitudes e objetos.

Apropriação da dialética professor/aluno

Outra questão a ser trabalhada com os professores é a necessidade de compreenderem a relação que estabelecem com os alunos como uma relação de mediação na qual professor e aluno são constitutivos da relação.

É importante potencializar o professor a ação planejada e crítica. Romper o império da mesmice, do instituído, a preponderância do lamento, da desarticulação, do desânimo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário