domingo, 3 de março de 2013

Repressão – Freud 1915.


Texto: Repressão – Freud 1915.


Freud declara que “A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise”.
Existem algumas resistências que procuram tornar inoperante um impulso instintual, sendo assim, ele se passa para o estado de “repressão”. “A repressão é uma etapa preliminar da condenação, algo entre a fuga e a condenação”.
É necessário considerar que em certas circunstancias, o prazer de satisfazer um instinto se transforma em um tipo de desprazer, que tal satisfação seria invariavelmente agradável em si mesma, embora irreconciliável com outras reivindicações e intenções, causando prazer em um lugar e desprazer em outro.
A repressão não surge nos casos em que a tensão produzida pela falta de satisfação de um impulso instintual é elevada a um grau insuportável (ex. não reprimimos a fome porque ela chegou a um grau de “sofrimento”). A essência da repressão consiste em afastar determinada coisa do consciente, mantendo-a a distância. 
Repressão primeva – uma primeira fase de repressão, que consiste em negar entrada do representando psíquico do instinto no consciente.
Repressão propriamente dita: Segunda fase da repressão, afeta os derivados mentais do conteúdo reprimido, quando o instinto sofre algumas associações de idéias e por conta disso, ele originalmente também é reprimido e “substituído” por esses outras associações.
Funciona como uma repressão posterior.
A repressão não impede que o representante do instinto continue a existir no incs, se organize, de origem a derivados e estabeleça ligações. Na verdade a repressão só interfere na relação do representante instintual com o cs.
O representante instintual “se prolifera no escuro”, assumindo formas extremas de expressão mesmo estando fora do cs.
Quando se formam derivados suficientemente afastados do representante reprimido- quer devido à adoção de distorções, quer por causa do grande numero de elos intermediários inseridos, eles terão livre acesso ao cs. Tudo isso se passa como se a resistência do cs contra eles constituísse uma função da distancia existente entre eles e aquilo que foi originalmente reprimido.
Na clínica psicanalítica, o paciente faz as associações até ser levado de encontro a pensamentos cuja relação com o reprimido fique tão óbvia, que force a repetir sua tentativa de repressão.
Via de regra a repressão só pode ser removida temporariamente, reinstalando-se imediatamente.   
O processo de repressão não deve ser encarado como um fato que acontece uma única vez, produzindo resultados permanentes.
Podemos supor que o reprimido exerce uma pressão continua em direção ao cs., de forma que essa pressão pode ser equilibrada por uma contrapressão incessante.
O conteúdo reprimido também é mobilizado durante o sono, permitindo a produção dos sonhos.
O instinto pode se reprimir de duas maneiras: Ou ele é inteiramente suprimido, de modo que não se encontre qualquer vestígio ou aparece como um afeto que pode estender para outros derivados ou transformado em ansiedade.
Se uma repressão não conseguir impedir que surjam sentimentos de desprazer e de ansiedade, pode-se dizer que ela falhou essas repressões que “falham” exercerão maior influencia sobre nosso interesse do que qualquer outra que possa ter sido bem sucedida, já que na maioria das vezes, escapará ao nosso exame.
O mecanismo de repressão não coincide com o mecanismo da formação de substitutos.
Existem numerosos e diferentes mecanismos de formação de substitutos.
Os mecanismos de repressão têm pelos menos uma coisa em comum: uma retirada da catexia de energia.
Na histeria da ansiedade, o impulso instintual sujeito a repressão é uma atitude libidinal para com o pai, aliado ao medo dele.Após a repressão, esse impulso desaparece da cs, substituindo o pai por algum outro objeto (um animal por ex.) O resultado é um medo desse “animal”, em vez de uma exigência de amor feita ao pai.
Na histeria de conversão existe uma extensa formação de substitutos e é completada pela formação do sintoma.
Na neurose obsessiva, existe a duvida quanto ao que se deve considerar como sendo o representante instintual sujeito a repressão uma tendência libidinal ou hostil – pois a tendência sádica foi substituída por uma afetiva. É esse impulso hostil contra alguém que é amado que se acha sujeito a repressão.

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